SALDO DA BALANÇA FOI
'CONJUNTURAL' E TENDE A SE RECUPERAR, DIZ GOVERNO.
No ano passado, foi registrado
pior resultado da balança em 13 anos e alta do dólar e da safra agrícola são
aspectos positivos esperados em 2014.
O resultado da balança comercial
brasileira em 2013, quando foi registrado um superávit de US$ 2,56 bilhões, o pior saldo em treze
anos, foi "conjuntural"
(não duradouro) e tende a se recuperar nos anos seguintes, segundo análise
feita nesta quinta-feira (2) pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério
do Desenvolvimento, Daniel Godinho.
"Teremos aspectos positivos
e desafios em 2014. Há movimentos em sentido contrário. O que posso dizer é que
trabalhamos com a expectativa de exportações no patamar dos últimos dois anos.
Se eu pudesse apostar, eu apostaria também em superávit da balança em 2014, mas
não vou precisar quanto", declarou o secretário de Comércio Exterior do
Ministério do Desenvolvimento, Daniel Godinho.
Para 2014, os economistas dos
bancos, em pesquisa conduzida pelo Banco Central com mais de 100 instituições
financeiras, acreditam que a balança comercial registrará alguma recuperação,
atingindo US$ 8 bilhões de superávit neste ano, com exportações em US$ 252
bilhões e importações em US$ 244 bilhões.
"Temos investimentos
crescentes e novas plataformas de petróleo serão produzidas. A expectativa é da
maior produção de petróleo e derivados também, revertendo esse déficit na conta
petróleo [que somou US$ 20 bilhões em 2013] ao longo dos próximos anos",
acrescentou Godinho, do Ministério do Desenvolvimento, lembrando que a conta
petróleo foi uma das principais responsáveis pelo resultado comercial do ano
passado.
Dólar mais
'favorável'
De acordo com o secretário de
Comércio Exterior, outro fator que tende a impactar positivamente o saldo da
balança comercial em 2014 é o aumento da safra brasileira de grãos, além da
expectativa de um câmbio mais "favorável" em relação ao ano passado.
"Precisamos de um câmbio estável para que o empresário possa se planejar e
aumentar suas exportações".
Um patamar do dólar mais alto do
que o registrado em 2013 beneficiaria a indústria nacional, tornando seus
produtos mais baratos no exterior, ao mesmo tempo em que encareceria os
produtos importados vendidos no Brasil. Por outro lado, também tornaria as
viagens internacionais mais caras para os brasileiros. Isso porque as passagens
e hotéis geralmente são cotadas em dólar.
A cotação do dólar iniciou o ano
de 2013 em R$ 2,04 e terminou cotado em R$ 2,35, uma alta de 15%. Entretanto, somente em junho do ano passado o dólar atingiu o patamar
de R$ 2,10. No início de 2014, a cotação da moeda norte-americana já está
oscilando ao redor de R$ 2,40 e a expectativa dos analistas do mercado
financeiro é de que ela termine este ano em R$ 2,45.
'Desafios'
para 2014
Apesar de prever melhora do saldo
comercial neste ano, o Ministério do Desenvolvimento informou que também há
"desafios" a serem superados, como a "acomodação" dos
preços das "commodities" (produtos básicos com cotação internacional,
como grãos, minério de ferro e petróleo, por exemplo) em patamares inferiores a
2013, além de "incertezas" sobre o ritmo de recuperação das economias
norte-americana e da Zona do Euro e, também, a tendência de menor crescimento
da economia chinesa - principal parceiro comercial do Brasil.
Fonte: G1.
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