João Batista Pontes
CARTA ABERTA AOS JOVENS
NOVARRUSSENSES.
Para avançar rumo a um futuro
melhor, Nova-Russas precisa da participação de todos os seus filhos e,
principalmente, dos jovens. E não estamos nos referindo a faixa etária, mas de
jovens nas ideias e na mentalidade: na criatividade, no dinamismo e no
espírito. Pensamos naquele indivíduo que tem capacidade, energia, ousadia,
atitude crítica, contrária à injustiça social, e dinamismo inovador.
Vocês, jovens novarrussense, têm
que ter consciência que o futuro que vão viver está sendo construído hoje e,
por isso, as suas contribuições são importantíssimas. E não esperem que outros
preparem um futuro melhor: são vocês próprios quem têm que se esforçar para que
isto aconteça. Não podem ficar omissos, apáticos, acomodados e conformados com
a situação vigente, esperando que os governantes resolvam todos os problemas
locais. Precisam reagir e começar a se organizarem para influenciar ativamente
em todos os assuntos que dizem respeito à nossa cidade.
Vocês, jovens, “o novo”, são a
força e, talvez, a único instrumento que a sociedade em que vivem tem para
alavancar uma mudança, para preparar um futuro melhor para todos. Assim tem
sido ao longo de todo a história da humanidade.
Por isto, se pode afirmar que uma
sociedade que tem jovens participativos é uma sociedade feliz, pois será
formada por verdadeiros cidadãos, com plenas condições de intervenção no espaço
público e, sem dúvida, terá um futuro promissor.
Vocês são os principais
responsáveis por acender e manter sempre viva a chama da liberdade e da
verdadeira democracia. E podem fazer isto por meio de uma atuação que vise, por
exemplo, a elevação da consciência política de todos os munícipes – por um
processo eleitoral limpo, sem compras de votos; pela exigência de transparência
nos gastos públicos – que exige um permanente acompanhamento das contas
municipais; pela exigência de uma modernização da administração pública-por uma
gestão pública eficiente que atenda aos interesses da comunidade.
E, avalio, são inúmeros os
problemas do Município que estão a exigir solução entre outros, a estagnação
econômica; a deficiente estruturação dos serviços de saúde pública e da
educação; a fragilidade da segurança pública; a degradação ambiental; a falta
de organização da sociedade; a prática antidemocrática da captação ilícita de
votos; a ausência de um planejamento estratégico de desenvolvimento municipal.
A construção de uma sociedade
verdadeiramente democrática é tarefa árdua. O envolvimento, o esforço tem que
ser contínuo permanente e persistente. Mas é o único caminho e vale a pena ser
vivenciado. Se vocês trabalharem em paz e união, com responsabilidade e
consciência crítica de suas ações, tendo por objetivo único a construção de uma
sociedade melhor, mais justa e igualitária, verão que os resultados serão
extraordinários.
Vivemos hoje em um estado
democrático de direito, regido por uma Constituição que nos assegura amplas
condições para a prática da cidadania, a ser exercida pelo cidadão – aquele
indivíduo que está capacitado para participar da vida da sociedade, que tem um
compromisso ativo e responsabilidade para com a sua comunidade. Mas, a simples
existência dos direitos constitucionais não garante a organização da sociedade,
que continua de fato sem poder e sem força para exigira aplicação e exercitar
os direitos básicos da cidadania.
Para o pleno exercício da
cidadania, é necessário que o indivíduo conheça e exerça os seus direitos e os
seus deveres de cidadão. Além do mais, ele deve conhecer profundamente a
realidade de sua comunidade, de sua cidade, de seu estado e de seu país. A
participação mais importante, no entanto, é aquela que visa solucionar os
problemas da comunidade em que ele vive aqueles que mais diretamente lhe
afetam.
Ademais, precisamos todos – e não
só os jovens superar o pensamento que nos foi imposto de que política não nos
diz respeito, que é assunto para os governantes. Não devemos confundir política
que é uma atividade nobre, digna e absolutamente necessária à sociedade, para a
condução dos interesses comuns – e a prática vergonhosa e inaceitável da
maioria dos atuais políticos, que nos leva a pensar que política é uma coisa
feia. Política é a ciência que trata da gestão dos interesses coletivos, do bem
comum, faz parte de nossa vida e nos afeta diretamente em todos os aspectos,
quer queiramos ou não.
Política é, em sentido geral,
toda atividade que praticamos com intuito de influenciar os acontecimentos, o
pensamento e as decisões da sociedade em que vivemos. Seja no âmbito da
família, do colégio ou de sua cidade, do seu Estado e do seu País.
Toda comunidade precisa da
participação da sua juventude e é por meio dela que os jovens se preparam – se
credenciam e se legitimam – para desempenhar um papel fundamental no seu
próprio desenvolvimento, bem como no das suas comunidades.
É mediante o estudo, análise,
pesquisa e de discussão conjunta sobre a realidade de sua comunidade e dos
meios para modificá-la para melhor – isto é, por meio de uma atitude e da
prática democrática – que os jovens se preparam para a participação. Isto
requer um comportamento de valorização do diálogo, exige presença física,
respeito às ideias alheias, espaço para exteriorização das decisões,
oportunidade de acesso às informações. Apesar das dificuldades, este é o único
caminho que leva o indivíduo a ter uma melhor capacidade de julgamento da
realidade e obrigatoriamente à corresponsabilidade.
As práticas de participação
coletiva dos jovens constituem verdadeiros laboratórios da vida democrática,
vez que criam condições para que a opinião deles cresça por meio do estudo, do
diálogo e do debate e que se desenvolva uma consciência de pertencimento à sua
comunidade – “eu faço parte desta comunidade e tudo que nela acontece, acontece
comigo”. Por isso mesmo, devem ser incentivadas pelos governantes, pelos
diretores das instituições de ensino e, afinal, por todos.
A participação efetiva tem que
ser total, envolver todos os aspectos da vida da sociedade local. A organização
dos coletivos dos jovens – espaços para discussão conjunta dos problemas e das
alternativas de solução, que devem ser autônomos e independentes – figura como
fundamental. A partir das discussões, certamente surgirão os campos de atuação
que merecem uma atenção mais imediata e prioridade.
Que tal os jovens de Nova Russas
abraçarem e defenderem a causa de recuperação do Vale do Rio Curtume, ao longo
de todo o perímetro urbano – e por que não, em toda a extensão do Município como
ação prioritária inicial?
Em tempo:
1. Embora tenha dirigido este
artigo para os jovens de Nova Russas, com os quais estou mais identificado, as
ideias e propostas nele expostas são válidas para os jovens de todos os
municípios brasileiros e, principalmente, para os jovens de Ararendá, Ipueiras,
Ipu, Ipaporanga, Poranga, Catunda, Crateús, Hidrolândia, Monsenhor Tabosa,
Tamboril e Santa Quitéria.
2. Não sou político. Nunca me
candidatei, nem pretendo me candidatar a nenhum cargo político (se necessário
assino e registro em cartório este compromisso); nunca exerci, e nem pretendo
exercer, qualquer cargo por indicação de partidos ou de políticos; sou Geólogo
formado pela Universidade de Brasília, onde entrei por vestibular; sou
Consultor Legislativo aposentado do Senado Federal, onde fui admitido por
concurso público. Sempre conquistei as minhas vitórias com muito esforço,
estudo e dedicação pessoal. Digo isto para que não me confundam com os inúmeros
oportunistas e aventureiros políticos que quase sempre aparecem pregando
ilusões e fantasias. Não prego utopias; falo de coisas ousadas, mas viáveis,
desde que haja vontade, dedicação e muito esforço para concretizá-las.
*João Batista Pontes – Escritor –
Geólogo – sociólogo - matemático – bacharelando em
direito.
Novarrussense – residente em Brasília DF.
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