quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

COMENTÁRIO - JOÃO BATISTA PONTES

 COMENTÁRIO
João Batista Pontes

CARTA ABERTA AOS JOVENS NOVARRUSSENSES.


Para avançar rumo a um futuro melhor, Nova-Russas precisa da participação de todos os seus filhos e, principalmente, dos jovens. E não estamos nos referindo a faixa etária, mas de jovens nas ideias e na mentalidade: na criatividade, no dinamismo e no espírito. Pensamos naquele indivíduo que tem capacidade, energia, ousadia, atitude crítica, contrária à injustiça social, e dinamismo inovador.

Vocês, jovens novarrussense, têm que ter consciência que o futuro que vão viver está sendo construído hoje e, por isso, as suas contribuições são importantíssimas. E não esperem que outros preparem um futuro melhor: são vocês próprios quem têm que se esforçar para que isto aconteça. Não podem ficar omissos, apáticos, acomodados e conformados com a situação vigente, esperando que os governantes resolvam todos os problemas locais. Precisam reagir e começar a se organizarem para influenciar ativamente em todos os assuntos que dizem respeito à nossa cidade.

Vocês, jovens, “o novo”, são a força e, talvez, a único instrumento que a sociedade em que vivem tem para alavancar uma mudança, para preparar um futuro melhor para todos. Assim tem sido ao longo de todo a história da humanidade.

Por isto, se pode afirmar que uma sociedade que tem jovens participativos é uma sociedade feliz, pois será formada por verdadeiros cidadãos, com plenas condições de intervenção no espaço público e, sem dúvida, terá um futuro promissor.

Vocês são os principais responsáveis por acender e manter sempre viva a chama da liberdade e da verdadeira democracia. E podem fazer isto por meio de uma atuação que vise, por exemplo, a elevação da consciência política de todos os munícipes – por um processo eleitoral limpo, sem compras de votos; pela exigência de transparência nos gastos públicos – que exige um permanente acompanhamento das contas municipais; pela exigência de uma modernização da administração pública-por uma gestão pública eficiente que atenda aos interesses da comunidade.

E, avalio, são inúmeros os problemas do Município que estão a exigir solução entre outros, a estagnação econômica; a deficiente estruturação dos serviços de saúde pública e da educação; a fragilidade da segurança pública; a degradação ambiental; a falta de organização da sociedade; a prática antidemocrática da captação ilícita de votos; a ausência de um planejamento estratégico de desenvolvimento municipal.

A construção de uma sociedade verdadeiramente democrática é tarefa árdua. O envolvimento, o esforço tem que ser contínuo permanente e persistente. Mas é o único caminho e vale a pena ser vivenciado. Se vocês trabalharem em paz e união, com responsabilidade e consciência crítica de suas ações, tendo por objetivo único a construção de uma sociedade melhor, mais justa e igualitária, verão que os resultados serão extraordinários.

Vivemos hoje em um estado democrático de direito, regido por uma Constituição que nos assegura amplas condições para a prática da cidadania, a ser exercida pelo cidadão – aquele indivíduo que está capacitado para participar da vida da sociedade, que tem um compromisso ativo e responsabilidade para com a sua comunidade. Mas, a simples existência dos direitos constitucionais não garante a organização da sociedade, que continua de fato sem poder e sem força para exigira aplicação e exercitar os direitos básicos da cidadania.

Para o pleno exercício da cidadania, é necessário que o indivíduo conheça e exerça os seus direitos e os seus deveres de cidadão. Além do mais, ele deve conhecer profundamente a realidade de sua comunidade, de sua cidade, de seu estado e de seu país. A participação mais importante, no entanto, é aquela que visa solucionar os problemas da comunidade em que ele vive aqueles que mais diretamente lhe afetam.

Ademais, precisamos todos – e não só os jovens superar o pensamento que nos foi imposto de que política não nos diz respeito, que é assunto para os governantes. Não devemos confundir política que é uma atividade nobre, digna e absolutamente necessária à sociedade, para a condução dos interesses comuns – e a prática vergonhosa e inaceitável da maioria dos atuais políticos, que nos leva a pensar que política é uma coisa feia. Política é a ciência que trata da gestão dos interesses coletivos, do bem comum, faz parte de nossa vida e nos afeta diretamente em todos os aspectos, quer queiramos ou não.

Política é, em sentido geral, toda atividade que praticamos com intuito de influenciar os acontecimentos, o pensamento e as decisões da sociedade em que vivemos. Seja no âmbito da família, do colégio ou de sua cidade, do seu Estado e do seu País.

Toda comunidade precisa da participação da sua juventude e é por meio dela que os jovens se preparam – se credenciam e se legitimam – para desempenhar um papel fundamental no seu próprio desenvolvimento, bem como no das suas comunidades.

É mediante o estudo, análise, pesquisa e de discussão conjunta sobre a realidade de sua comunidade e dos meios para modificá-la para melhor – isto é, por meio de uma atitude e da prática democrática – que os jovens se preparam para a participação. Isto requer um comportamento de valorização do diálogo, exige presença física, respeito às ideias alheias, espaço para exteriorização das decisões, oportunidade de acesso às informações. Apesar das dificuldades, este é o único caminho que leva o indivíduo a ter uma melhor capacidade de julgamento da realidade e obrigatoriamente à corresponsabilidade.

As práticas de participação coletiva dos jovens constituem verdadeiros laboratórios da vida democrática, vez que criam condições para que a opinião deles cresça por meio do estudo, do diálogo e do debate e que se desenvolva uma consciência de pertencimento à sua comunidade – “eu faço parte desta comunidade e tudo que nela acontece, acontece comigo”. Por isso mesmo, devem ser incentivadas pelos governantes, pelos diretores das instituições de ensino e, afinal, por todos.

A participação efetiva tem que ser total, envolver todos os aspectos da vida da sociedade local. A organização dos coletivos dos jovens – espaços para discussão conjunta dos problemas e das alternativas de solução, que devem ser autônomos e independentes – figura como fundamental. A partir das discussões, certamente surgirão os campos de atuação que merecem uma atenção mais imediata e prioridade.

Que tal os jovens de Nova Russas abraçarem e defenderem a causa de recuperação do Vale do Rio Curtume, ao longo de todo o perímetro urbano – e por que não, em toda a extensão do Município como ação prioritária inicial?

Em tempo:

1. Embora tenha dirigido este artigo para os jovens de Nova Russas, com os quais estou mais identificado, as ideias e propostas nele expostas são válidas para os jovens de todos os municípios brasileiros e, principalmente, para os jovens de Ararendá, Ipueiras, Ipu, Ipaporanga, Poranga, Catunda, Crateús, Hidrolândia, Monsenhor Tabosa, Tamboril e Santa Quitéria.

2. Não sou político. Nunca me candidatei, nem pretendo me candidatar a nenhum cargo político (se necessário assino e registro em cartório este compromisso); nunca exerci, e nem pretendo exercer, qualquer cargo por indicação de partidos ou de políticos; sou Geólogo formado pela Universidade de Brasília, onde entrei por vestibular; sou Consultor Legislativo aposentado do Senado Federal, onde fui admitido por concurso público. Sempre conquistei as minhas vitórias com muito esforço, estudo e dedicação pessoal. Digo isto para que não me confundam com os inúmeros oportunistas e aventureiros políticos que quase sempre aparecem pregando ilusões e fantasias. Não prego utopias; falo de coisas ousadas, mas viáveis, desde que haja vontade, dedicação e muito esforço para concretizá-las.

*João Batista Pontes – Escritor –
Geólogo – sociólogo - matemático – bacharelando em direito.
Novarrussense – residente em Brasília DF.





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