CORTE DO ORÇAMENTO VAI MANTER SOLIDEZ FISCAL, DIZ
MANTEGA.
O ministro da Fazenda, Guido
Mantega, disse nesta terça-feira que o corte do Orçamento deste ano, que ainda
será definido pelo governo, manterá a solidez fiscal e a estabilidade da dívida
líquida brasileira.
A política fiscal tem sido alvo
de críticas cada vez maiores desde a utilização de artifícios contábeis para
garantir o cumprimento da meta do superávit primário do setor público --governo
central, Estados, municípios e estatais-- consolidado em 2012.
No ano passado, o superávit, que
terá os números finais divulgados na próxima sexta-feira, beneficiou-se de
receitas extraordinárias. Além disso, o governo deixou de garantir que cobriria
a parte de Estados e municípios na meta consolidada se necessário.
Reportagens publicadas pela
imprensa nesta terça-feira citavam possíveis patamares para a meta do primário
deste ano e para o montante dos cortes do Orçamento. Mas o ministro disse que
os números ainda não foram definidos.
"Nós fazemos estudos,
simulações, quando terminarmos tudo isso teremos um número definitivo",
disse Mantega a jornalistas ao chegar ao Ministério da Fazenda.
No fim do mês passado, a Reuters
informou que a indicação do governo era de que a nova meta ajustada de primário
deste ano não seria inferior à de 2013. Segundo analistas, ela deve ter ficado
em torno de 1,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
VOLATILIDADE NO CÂMBIO
Mantega disse também que o
mercado de câmbio vive um momento de volatilidade decorrente das expectativas
de nova redução dos estímulos monetários pelo banco central dos Estados Unidos
e pela possibilidade de acomodação do crescimento econômico da China.
Na quarta-feira o Federal Reserve
banco central norte-americano, encerra reunião de dois dias em meio a
expectativas de que cortará em mais 10 bilhões de dólares suas compras mensais
de títulos, para 65 bilhões de dólares.
No caso da China, segundo
Mantega, houve alguns sinais de acomodação do crescimento do país e o efeito
disso na demanda por commodities afeta as moedas dos países emergentes.
Ele ressalvou, porém, que "o
Brasil tem uma posição sólida porque temos muitas reservas, temos uma dívida
externa pequena então nossa situação é estável".
Às 11h55, o dólar recuava 0,35
por cento ante o real, a 2,4173 reais na venda.
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