quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 16 DE JANEIRO DE 2014

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

RETROCESSO INSTITUCIONAL

Nobres:
As ações deveriam ser explícitas quando é formada pelo princípio constitucional e deveria seguir aquilo que o poder constituinte originário de 1988 dispôs no seu art. 205 que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Nestes 25 anos de Constituição Cidadã, tivemos avanços importantes. Todavia, em que pese à retórica oficial, a educação encontra-se desprezada pelo Estado. De nada adianta avaliar e lamentar quando as crianças e os adolescentes, notadamente provenientes da população carente, permanecem no analfabetismo de fato ou funcional, sem conseguir compreender textos ou realizar operações matemáticas básicas.
Prova disto é o ranking global da educação recentemente publicado pela consultoria europeia, especificamente o Brasil, a ser inserido em um grupo de 40 países, encontra-se na 39ª posição, com o penúltimo conceito em educação, ao lado de Turquia, Tailândia, Argentina, Colômbia, México e Indonésia.
Diante da “infausta” que expressa é uma prova inconteste a qualidade da educação oferecida aos brasileiros fica abaixo de países como Costa Rica e no nível da fornecida ao povo da Tunísia. Em matemática, por exemplo, 67,1% dos alunos estão abaixo da linha básica de proficiência. Em relação à leitura, apenas 49,2% dos estudantes brasileiros sabem o básico, no sentido da compreensão do texto e conexão simples entre as informações deste e o conhecimento do cotidiano. Já em ciências, 61% dos estudantes brasileiros estão no patamar considerado de “baixo desempenho”. A democratização na formulação das políticas públicas de educação com a participação efetiva de pais, professores, alunos e sociedade civil dentro de um orçamento mais robusto, a ser administrado de modo transparente, não seria um bom começo para tirar o Brasil desta vergonhosa letargia. Também são necessárias escolas públicas de turno integral e a valorização salarial efetiva, e não retórica, dos professores. Os rankings internacionais e a indignação das ruas demonstram que, de fato, e mais do que nunca, a educação brasileira precisa, em tempos de gastos bilionários com a Copa, de respostas. Isso forma-se um quadro de deficiência e desleixo deixando o aprendizado educacional donde se inicia a implementação fundamental na educação.

Antônio Scarcela Jorge.

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