COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
“CAPITANIA PAPATA”
Nobres:
O ano eleitoral de 2014 principiou
com uma intensa negociação entre partidos e governantes, tanto no âmbito
federal quanto nos Estados, em torno de alianças políticas que constrangem os
brasileiros. São conchavos escancarados pelo poder, tendo como moeda de troca
ministérios, secretarias e cargos públicos. Por conta de acordos de difícil
compreensão para os eleitores, partidos políticos fazem um jogo que beira a
chantagem, procurando apropriar-se de setores da administração pública,
especialmente daquelas que desfrutam de fatias generosas do bolo orçamentário.
Será esse o sistema político mais adequado para a democracia brasileira? Será
que não existe uma forma mais ética e mais transparente de governar? Como os
brasileiros podem mudar este estado de coisas?
Antes das respostas, cabe considerar que tais manobras e as coalizões espúrias delas resultantes acabam contribuindo para o descrédito da população sobre a classe política em geral. Isso, evidentemente, realimenta o ciclo vicioso: cidadãos desinteressados votam mal, deixam de fiscalizar seus representantes e invariavelmente resvalam para a generalização negativa, de que todos os políticos são iguais e só estão na vida pública para levar vantagem. Quando se olha para o verdadeiro escambo de cargos público promovido por governantes-candidatos e partidos incrustados no poder, fica difícil argumentar em contrário. Ainda assim, é pelo cidadão-eleitor que pode começar uma mudança moralizadora na política nacional. Compete-lhe, antes de tudo, informar-se sobre os seus representantes e sobre os candidatos a cargos públicos, capacitando-se, assim, para avaliá-los pelo histórico, pela honestidade e pela coerência. E essa fiscalização não termina no momento do voto. Depois de eleitos, principalmente, os detentores de mandato devem continuar sendo cobrados, para que não coloquem seus interesses e os de seus partidos na frente dos compromissos assumidos com a população.
Veja-se o exemplo do governo federal, que acaba sendo o espelho das demais administrações. Quando assumiu a presidência, Dilma Rousseff contava com o apoio de 17 partidos e de 80% do parlamento, uma base governista capaz de garantir a aprovação de qualquer projeto seu. Para garantir esse apoio, repetiu seus antecessores: loteou os principais cargos da administração federal entre os aliados, chegando mesmo a aumentar o número de ministérios para satisfazer a ganância dos partidos. Deu no que deu: episódios de corrupção que a obrigaram a promover aquilo que ficou conhecido como faxina ética. A população, ainda ressentida com o escândalo do mensalão, apoiou a limpa, mas logo alguns expurgados começaram a voltar ao governo por pressão de suas agremiações. A prisão dos mensaleiros atacou a consequência desse processo espúrio. Falta, agora, atacar as causas, por meio de uma mobilização cidadã que imponha uma reforma política efetiva, devolvendo a administração pública à população e expurgando os aproveitadores sedentos de poder. O que nos transparece as negociações imorais, antiéticas que no passado suscitou “o mensalão” como fonte dessa “esquisita retalhação”, ainda perdurará por muito tempo.
Antes das respostas, cabe considerar que tais manobras e as coalizões espúrias delas resultantes acabam contribuindo para o descrédito da população sobre a classe política em geral. Isso, evidentemente, realimenta o ciclo vicioso: cidadãos desinteressados votam mal, deixam de fiscalizar seus representantes e invariavelmente resvalam para a generalização negativa, de que todos os políticos são iguais e só estão na vida pública para levar vantagem. Quando se olha para o verdadeiro escambo de cargos público promovido por governantes-candidatos e partidos incrustados no poder, fica difícil argumentar em contrário. Ainda assim, é pelo cidadão-eleitor que pode começar uma mudança moralizadora na política nacional. Compete-lhe, antes de tudo, informar-se sobre os seus representantes e sobre os candidatos a cargos públicos, capacitando-se, assim, para avaliá-los pelo histórico, pela honestidade e pela coerência. E essa fiscalização não termina no momento do voto. Depois de eleitos, principalmente, os detentores de mandato devem continuar sendo cobrados, para que não coloquem seus interesses e os de seus partidos na frente dos compromissos assumidos com a população.
Veja-se o exemplo do governo federal, que acaba sendo o espelho das demais administrações. Quando assumiu a presidência, Dilma Rousseff contava com o apoio de 17 partidos e de 80% do parlamento, uma base governista capaz de garantir a aprovação de qualquer projeto seu. Para garantir esse apoio, repetiu seus antecessores: loteou os principais cargos da administração federal entre os aliados, chegando mesmo a aumentar o número de ministérios para satisfazer a ganância dos partidos. Deu no que deu: episódios de corrupção que a obrigaram a promover aquilo que ficou conhecido como faxina ética. A população, ainda ressentida com o escândalo do mensalão, apoiou a limpa, mas logo alguns expurgados começaram a voltar ao governo por pressão de suas agremiações. A prisão dos mensaleiros atacou a consequência desse processo espúrio. Falta, agora, atacar as causas, por meio de uma mobilização cidadã que imponha uma reforma política efetiva, devolvendo a administração pública à população e expurgando os aproveitadores sedentos de poder. O que nos transparece as negociações imorais, antiéticas que no passado suscitou “o mensalão” como fonte dessa “esquisita retalhação”, ainda perdurará por muito tempo.
Antônio Scarcela Jorge.
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