sábado, 11 de janeiro de 2014

CONDENADO DO MENSALÃO

HENRY ALMOÇA NO BANDEJÃO JUNTO COM OUTROS FUNCIONÁRIOS, DIZ HOSPITAL.
Ex-deputado, condenado no mensalão, começou a trabalhar nesta quinta. Ele atua como coordenador administrativo de hospital e irá receber R$ 7,5 mil.

A rotina de Pedro Henry (PP-MT), ex-deputado federal condenado à prisão por envolvimento no mensalão, é idêntica a dos outros funcionários do Hospital Santa Rosa, em Cuiabá, como garantiu a assessoria da unidade particular de saúde. Médico legista e clínico geral, ele começou a exercer a função de coordenador administrativo nesta quinta-feira (9) e cumprirá carga horária de 8 horas diárias. Entra às 7h, tem pausa de duas horas para o almoço, e sai às 17h. Pelo serviço, irá receber R$ 7,5 mil por mês.

Ele está sendo tratado como um funcionário comum, conforme a assessoria do hospital. Inclusive, o ex-deputado, preso no dia 13 do mês passado, faz as refeições no bandejão junto com os demais funcionários, no refeitório do hospital, que fica no Bairro Santa Rosa. Essa é a primeira vez que a unidade contrata um funcionário que cumpre pena em regime semiaberto.

Pela função exercida na instituição, Henry fica em uma sala no setor administrativo e tem contato somente com outros funcionários do hospital. Não faz nenhum atendimento a paciente. Na prática, ele trata das documentações, como das guias de internação, convênios, entre outras atividades ligadas à administração da clínica médica do hospital.

Após o trabalho, o ex-deputado retorna para o anexo da Penitenciária Pascoal Ramos, onde passa a noite. Na unidade prisional, cumprem pena os presos que possuem curso superior. Aos finais de semana, ele também permanece na prisão. Aos sábados, no entanto, poderá estar ausente até as 14h. Aos domingos e feriados, deve ficar no sistema fechado.

Logo depois de ter sido preso, Henry solicitou por meio de seu advogado, autorização da Justiça para trabalhar. Antes mesmo de a Justiça decidir sobre o pedido, ele recebeu proposta de trabalho desse hospital. A autorização para que pudesse trabalhar saiu na quarta-feira (8). Ele foi liberado pelo juiz da Vara de Execuções Penais da capital, Geraldo Fidélis. Porém, há algumas regras para que exerça o trabalho fora da unidade. Deverá usar a tornozeleira eletrônica; não poderá ir a locais considerados inapropriados, como, por exemplo, casas de prostituição e de jogos, e está proibido de usar armas de fogo e ingerir bebidas alcoólicas.

Henry é o primeiro condenado do mensalão a receber autorização da Justiça para trabalhar. Ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No esquema, tinha o papel de receber dinheiro em troca de apoio ao governo do então presidente Lula, conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República.

Apesar de ter sido liberado para desempenhar essa função da unidade, o juiz Geraldo Fidélis sugeriu que Henry trabalhasse no atendimento médico aos detentos dos presídios do estado, de forma voluntária. Segundo ele, seria interessante a atuação dele no sistema prisional diante da complexidade no setor e da ausência de profissionais em cadeias e penitenciárias.
O ex-deputado tem direito a receber visitas às quartas-feiras e domingos, de acordo com a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). Ele deve cumprir pena de sete anos e dois meses de prisão em regime semiaberto, onde o reeducando pode sair para trabalhar.

Após ter a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele renunciou ao mandato de deputado federal e se entregou à Justiça. Então, foi conduzido à Penitenciária da Papuda, em Brasília, onde permaneceu até o STF autorizar a sua transferência para Mato Grosso. Ele desembarcou no estado no dia 27 de dezembro.
Fonte: G1 MT.


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