Ex-deputado, condenado no
mensalão, começou a trabalhar nesta quinta. Ele atua como coordenador
administrativo de hospital e irá receber R$ 7,5 mil.
A rotina
de Pedro Henry (PP-MT), ex-deputado federal condenado à prisão por envolvimento
no mensalão, é idêntica a dos outros funcionários do Hospital Santa Rosa, em
Cuiabá, como garantiu a assessoria da unidade particular de saúde. Médico
legista e clínico geral, ele começou a exercer a função de coordenador
administrativo nesta quinta-feira (9) e cumprirá carga horária de 8 horas
diárias. Entra às 7h, tem pausa de duas horas para o almoço, e sai às 17h. Pelo
serviço, irá receber R$ 7,5 mil por mês.
Ele está sendo tratado como um
funcionário comum, conforme a assessoria do hospital. Inclusive, o ex-deputado,
preso no dia 13 do mês passado, faz as refeições no bandejão junto com os
demais funcionários, no refeitório do hospital, que fica no Bairro Santa Rosa.
Essa é a primeira vez que a unidade contrata um funcionário que cumpre pena em
regime semiaberto.
Pela função exercida na
instituição, Henry fica em uma sala no setor administrativo e tem contato
somente com outros funcionários do hospital. Não faz nenhum atendimento a
paciente. Na prática, ele trata das documentações, como das guias de
internação, convênios, entre outras atividades ligadas à administração da
clínica médica do hospital.
Após o trabalho, o ex-deputado
retorna para o anexo da Penitenciária Pascoal Ramos, onde passa a noite. Na
unidade prisional, cumprem pena os presos que possuem curso superior. Aos
finais de semana, ele também permanece na prisão. Aos sábados, no entanto,
poderá estar ausente até as 14h. Aos domingos e feriados, deve ficar no sistema
fechado.
Logo depois de ter sido preso,
Henry solicitou por meio de seu advogado, autorização da Justiça para
trabalhar. Antes mesmo de a Justiça decidir sobre o pedido, ele recebeu
proposta de trabalho desse hospital. A autorização para que pudesse trabalhar
saiu na quarta-feira (8). Ele foi liberado pelo juiz da Vara de Execuções
Penais da capital, Geraldo Fidélis. Porém, há algumas regras para que exerça o
trabalho fora da unidade. Deverá usar a tornozeleira eletrônica; não poderá ir
a locais considerados inapropriados, como, por exemplo, casas de prostituição e
de jogos, e está proibido de usar armas de fogo e ingerir bebidas alcoólicas.
Henry é o primeiro condenado do
mensalão a receber autorização da Justiça para trabalhar. Ele foi condenado por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No esquema, tinha o papel de receber
dinheiro em troca de apoio ao governo do então presidente Lula, conforme
denúncia da Procuradoria-Geral da República.
Apesar de ter sido liberado para
desempenhar essa função da unidade, o juiz Geraldo Fidélis sugeriu que Henry
trabalhasse no atendimento médico aos detentos dos presídios do estado, de
forma voluntária. Segundo ele, seria interessante a atuação dele no sistema
prisional diante da complexidade no setor e da ausência de profissionais em
cadeias e penitenciárias.
O ex-deputado tem direito a
receber visitas às quartas-feiras e domingos, de acordo com a Secretaria
Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). Ele deve cumprir pena de sete
anos e dois meses de prisão em regime semiaberto, onde o reeducando pode sair
para trabalhar.
Após ter a prisão decretada pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), ele renunciou ao mandato de deputado federal e
se entregou à Justiça. Então, foi conduzido à Penitenciária da Papuda, em
Brasília, onde permaneceu até o STF autorizar a sua transferência para Mato
Grosso. Ele desembarcou no estado no dia 27 de dezembro.
Fonte: G1 MT.
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