Apesar de uma estrutura
publicitária mais profissional, o governador Agnelo Queiroz (PT-DF) não
conseguiu reverter a percepção negativa de sua gestão, contrariando as
expectativas iniciais que o favoreciam diante do escândalo de seu antecessor,
deposto e preso, José Roberto Arruda.
Agnelo não conseguiu capitalizar
politicamente o episódio , passando a primeira metade de seu governo cativo de
uma introspecção misteriosa. Assustado
tardiamente com o índice de desaprovação, recebeu a ajuda do Palácio do Planalto
que introduziu em sua estrutura perfis experimentados, como o ex-ministro da
Justiça, Luis Paulo Barreto, hoje na iniciativa privada, e Swendeberger Barbosa,
seu chefe da Casa Civil atual.

Em parte, a dificuldade de Agnelo
se deve à percepção de que, apesar da corrupção que acabou produzindo seu
impeachment , Arruda tinha uma gestão mais eficiente. A frustração com Agnelo
preservou um porcentual de apoio ao ex-governador do DEM, que lhe motiva hoje a
tentar nova eleição, não necessariamente para o Executivo.
Mais: pelas mesmas razões, Agnelo
trouxe a parcela do eleitorado uma nostalgia de Joaquim Roriz. Arruda e seu
antecessor e padrinho político - também seu algoz agora se une num pragmatismo
a qualquer prova, para rearticular as forças conservadoras que predominaram no
comando da Capital desde o primeiro dia de sua autonomia política.
O governador petista chega à fase
da pré-campanha com índices que desautorizam o mais ferrenho otimista,
antecipando o clima de sucessão, agora embalado em nova dinâmica trazida pela
ex-senadora Marina Silva, cujo apoio é disputado pelo candidato natural do PSB,
o senador Rodrigo Rollemberg, e pelo pedetista Antonio Reguffe.

Fonte: Agência Estado.
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