COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
PROTESTAÇÃO DO POVO.
Nobres:
Não para de repercutir a
intensidade dos protestos promovidos por manifestações saídas nas ruas sobre as
poucas ações do governo nas áreas da saúde educação e segurança tripé que
direciona a ansiedade da população espalhada em todo o território brasileiro. O
país pode não ter despertado de vez, nem ter se transformado como sonhavam os
ativistas, mas já não é o mesmo. Motivados inicialmente pelo alto custo e a
baixa qualidade do transporte público nas capitais e nas principais cidades do
País, os protestos deixaram para os governos uma forma de desenvolver esses
problemas gerados quando muito em laboratórios políticos interiorizados entre
“salas” sem a devida sensibilidade da população. Em seguida, miraram os
investimentos da Copa, com a ressalva: “Não é contra a Seleção, é contra a
corrupção”. Em outras mensagens escritas, os manifestantes passaram a exigir
“Saúde padrão FIFA” e, a pedir segurança e alertar a classe política de que “Ou
para a roubalheira, ou paramos o Brasil”. Diante de apelos transcritos também
em pôsteres com referências os clássicos da música brasileira como “Brasil,
mostra tua cara” e “O dia vai raiar, sem lhe pedir licença”, dirigentes
brasileiros dispuseram-se finalmente a ouvir mais a voz das ruas, a discursar e
a ostentar menos, a mudar a agenda, a fazer diferente, a reconhecer erros. Em
muitas capitais, (contrário das pequenas cidades do interior que segmento da
sociedade, especialmente os servidores públicos, tem receio dos prefeitos e naturalmente
são compelidos a “apoia-los” ocultando os atos escusos gerenciados de sua
lavra), e nos grandes centros metropolitanos do País a discussão não se
limitou, no momento a mobilidade urbana é tema central, o espaço público entrou
na pauta da sociedade e se firma como símbolo da mudança. O Planalto se deu
conta da gravidade do estado da saúde pública. Mas, por enquanto, as mudanças
são percebidas mais por meio de iniciativas polêmicas, como o Mais Médicos,
enquanto persiste o medo nas ruas e os professores continuam longe de ter “o
salário de um deputado e o prestígio de um jogador de futebol” e a simples
diária de um prefeito que a qualquer pretexto se desloca de seu município,
maior que o valor do piso salarial dessa categoria. O Congresso preocupou-se em
impor mais rigor a crimes envolvendo corrupção, tornou suas votações mais
transparentes em alguns casos, facilitando o acompanhamento por parte dos
cidadãos. Continua, porém, devendo uma reforma política ampla. Ampla o
suficiente para levar os eleitores a recuperar a confiança perdida em seus
representantes escolhidos pelo voto. Apesar da representação de toda sociedade
engajada pelo movimento não conseguiu
tornar reais todos os desejos manifestados naquela ocasião. Depois de junho de
2013, porém, o relacionamento entre instituições públicas e privadas com seus
públicos, nelas incluídas a própria mídia, nunca mais será o mesmo. O legado
das manifestações populares terá mais consistência se contribuir para reforçar
a cidadania e a ética entre os brasileiros. Pena que a outra porção da
sociedade que habita no interior, por arras, sente a ausência dos setores de
base, principalmente a saúde, “justificada” com muito “blá-, blá-, blá-”, de
forma natural e com muita ironia, sempre na ânsia - que o poder é eterno - em
função de um “acerto” por interação da compra de consciências sejam convictos
por esta relação imperiosa e escandalosa venha instar pela inconsequente
sobrevivência.
Antônio Scarcela Jorge.
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