O Ministério Público Federal
(MPF) investiga a Casa Civil por suposta manipulação no processo que apurou o
envolvimento de Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República
em São Paulo, em esquema de corrupção e tráfico de influência. Segundo
reportagem do “Correio Braziliense”, a Procuradoria da República do Distrito
Federal também apura se a Secretaria-Geral da Presidência, comandada pelo
ministro petista Gilberto Carvalho, teria sido omissa em relação ao caso para
blindar a amiga do ex-presidente Lula.
Os deputados Raimundo Gomes de
Matos (CE) e Izalci (DF) defenderam a investigação por parte do MPF. O
parlamentar cearense afirma que desde o governo Lula se tornou praxe a
não investigação de casos que dizem respeito à ética e ao mau uso de recursos
públicos. “Foi assim com o mensalão e também com essa ex-servidora, que viajava
com o presidente e ficava nos melhores hotéis usando recursos públicos”,
lembrou, ao criticar a inoperância da Casa Civil nas apurações internas.
O nome de Rosemary veio à tona
com a Operação Porto Seguro, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de
2012. Foi desvendado um esquema de venda de pareceres técnicos do governo a
empresas privadas, muitas vezes em troca de favores pessoais. Entre os
envolvidos estavam Rosemary Noronha e os irmãos Rubens e Paulo Vieira, então
diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Agência Nacional de
Águas (ANA), respectivamente. Ambos haviam sido indicados ao Planalto por ela.
Conforme o inquérito da Operação
Porto Seguro e denúncia do Ministério Público, Rosemary é acusada de falsidade
ideológica, tráfico de influência, corrupção passiva e formação de quadrilha.
“É vergonhoso ser necessário o Ministério Público ter que entrar com uma
investigação em virtude daquela já existente não estar sendo feita como deveria
por parte do órgão do governo”, critica Gomes de Matos.
Segundo o deputado, a impunidade
é um grave desmando por parte do governo federal. “Não basta demitir. É preciso
que haja transparência e devolução do dinheiro utilizado indevidamente”,
defende. Para o Izalci, a investigação pelo MPF veio em boa hora, já que
considera suspeita a atitude da Casa Civil de tornar restrito o acesso ao
relatório do caso.
“É preciso aprofundar e muito as
investigações, porque podem estar tentando esconder detalhes por trás dos
panos. Não tem sentido as investigações ocorrerem por um órgão vinculado ao PT
e que, na prática, esconde, joga para baixo do tapete as apurações e o que foi
comprovado pela Polícia Federal”, criticou.
Fonte: Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário