quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

COMENTÁRIO DO PROFESSOR ANTÔNIO ROBERTO

...PARA SENTIR O CHEIRO FORTE...

                                  A alegria da meninada nos anos cinquenta, em Nova Russas, durante a Festa de Agosto era sem dúvida a Banda de Músicos. Começava de madrugada antes da missa das cinco horas. Vinha normalmente com o “Salve Eleita”, uma velha valsa ou velhos dobrados.

                                   Não dá para esquecer. Também ao meio dia lá estavam: Mestre Celso no saxofone, Mestre Zula no trombone de varas. Seu Zé Romão no clarinete. Antonio Rufino no pistão. Zé de Holanda no trompete. Isaias Bandeira no tarol. Alberto Panelada na tuba, que por sinal era a mais festejada por aqueles que faziam fila para sentir o cheiro forte de cachaça pé de serra, que emanava daquela imensa boca.

                                     Ainda ao meio dia era quando curtíamos Mestre Celso “dormir” na concentração do toque ou quando com a boca cheia de saliva, Mestre Zula corria atrás do “Birajara” ou dos Rosas que traziam limões “prá debaixo da torre”. A molecada era grande e depois da banda tome bomba rasga lata nas latas de manteiga vazias. Algumas delas subiam mais que a torre e lá vem o Padre Leitão abotoando a batina prá correr atrás de meninos.

                                     Na boca da noite, acompanhava a Santa e depois do tome uma, tome duas e tome três, dava um pequeno ”plá” para animar o leilão, e, como na famosa música de Chico Buarque, lá estávamos nós, a meninada. Muitas composições formaram a Banda de NVA, mas aquela foi a mais duradora e que ainda hoje sonora nossos ouvidos.

Antônio Roberto Mendes Martins
- Mestre em Física –

Professor Universitário (UFC) - novarrussense – residente em Nova-Russas.


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