BRASIL TEM QUEDA DE 3,9%
EM INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS DIRETOS EM 2013.
O investimento estrangeiro direto
(IED) no Brasil caiu 3,9% em 2013, mas permaneceu significante em 63 bilhões de
dólares, afirmou um novo relatório divulgado nesta terça-feira (28) pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
Apesar disso, o fluxo de IED na
América Latina e no Caribe cresceu pelo quarto ano consecutivo e
atingiu os 18% ou 294 bilhões de dólares. Enquanto nos anos anteriores a
América do Sul era a responsável pelo maior investimento estrangeiro direto da
região, em 2013, a América Central e o Caribe foram os principais
destinatários, com aumento dos fluxos em 93% e 38%, respectivamente.
Os 18 bilhões pela aquisição do
Grupo Modelo no México explica a maior parte do aumento na América Central,
enquanto que no Caribe foram as Ilhas Virgens Britânicas que impulsionaram o
crescimento.
O declínio de IED para a América
do Sul veio depois de três anos de forte crescimento sustentado pela força dos
preços das commodities que alimentaram o aumento dos lucros sobre o
investimento, além dos ganhos com as atividades de mineração. A diminuição dos
preços das commodities teve um efeito maior no Chile, com uma diminuição de 33%
e no Peru, com um decréscimo de 2%.
O fluxo de IED para os seis
países do MERCOSUL também diminuiu 2,9% devido, principalmente, à queda do
Brasil, país dominante na região, da Argentina (-13%) e do Paraguai (-32%). Já
os investimentos na Venezuela foram impulsionados por um aumento nos
empréstimos entre empresas e lucros reinvestidos. A parcela do MERCOSUL nos
fluxos globais de IED permaneceu em 6% em 2013, apesar de três vezes superior
ao nível pré-crise de 2008.
BRICS alcança dobro do nível pré-crise
Apesar das notícias para o Brasil
no Mercosul não serem muito boas, no BRICS o cenário é diferente. O grupo
formado por Rússia, China, África do Sul, Índia e Brasil continuou captando
investimentos estrangeiros diretos no ano passado e a sua participação atual
nos fluxos globais é de 22%, o dobro do seu nível pré-crise.
A quantia total recebida pelos
cinco países do grupo em 2013 foi de 322 bilhões de dólares, representando um
crescimento de 21% se comparado a 2012. A África do Sul superou os outros
países do BRICS com um aumento de 126% nos fluxos de IED. Já o Brasil foi o
país que menos cresceu no grupo.
Em todo o mundo, o investimento
estrangeiro direto atingiu níveis nunca antes vistos desde o início da crise
mundial em 2008 e obteve um aumento de 11% com um fluxo estimado em 1,46
trilhão de dólares, sendo que a maior parte desta quantia foi injetada em países
em desenvolvimento.
Os fluxos de IED para as
economias em desenvolvimento atingiu um novo recorde de 759 bilhões de dólares,
representando 52%. As economias em transição também registraram novo recorde de
126 bilhão de dólares, 45% acima do ano anterior.
Já os países desenvolvidos se
mantiveram em um nível historicamente baixo, com um crescimento de 39% pelo
segundo ano consecutivo. Eles aumentaram 12% e ficaram com um fluxo de 576
bilhões de dólares, apenas 44% do seu valor de pico em 2007, com o IDE da União
Europeia (UE) aumentando, enquanto os fluxos para os Estados Unidos ainda em
declínio.
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