Scarcela Jorge.
REDES A CONJETURAR.
Nobres:
Será que “paramos” para refletir
o que está em nossa volta? O futuro torna-se o imediato, encurtou-se o tempo
para um presente permanente, o virtual engole o real. O Estado já não é o motor
da história. O movimento dos acontecimentos não é mais linear, a história vira
prisioneira da sua emergência instantânea. Primeiro comemoramos, as redes nos
libertaram, agora elas cobram o seu preço, o fim absoluto do controle. O que
está em jogo? O futuro do Estado, suas instituições, a sociedade como ordem
sistêmica. Até hoje nada se colocou acima da soberania do estado, porém as
redes nasceram fora das suas fronteiras, sobrepondo-se ao seu alcance
institucional. Será esta configuração a nova ordem de gestão da sociedade?
Estamos prontos para compartilhar o poder reflexivo emergente das redes? Poderá
este poder sem lideres determinar o fim das corporações e ideologias? O
fenômeno das manifestações que percorrem e nos apresentam estas questões e somos
movidos e induzidos a agir por contagio evolucionário. O que isto significa
para a vida em sociedade e para o futuro das nossas instituições forjadas em
séculos de história. Não sabemos. O certo é que serão drasticamente
modificadas, superadas e possivelmente aniquiladas dentro das redes, em
confronto com o genes da individualidade coletiva, uma forma combinada de
comportamento e relacionamento social aleatório, sem identidade, um
protagonismo virtual, apenas movimento, que se agrupa, toma forma, atua e se
desfaz até ressurgir. Estamos prestes a viver o fim da sociedade corporificada
em instituições como pilares do estado moderno. Vivemos uma emergência social.
Mas quem pode tratar dessa enfermidade? As nossas instituições e seus lideres
estão comprometidos com o velho paradigma, uma práxis superada diante da nova
ordem emergente. O estado, tal como o forjamos, já não pode fazer muito por
nós, tampouco por ele mesmo em seu estagio agonizante. Resta-nos nesta
inevitável visão terminal do nosso sistema de organização social dominante, tão
somente entregarmos nosso destino à lógica da evolução da natureza em sua
permanente seleção e separação entre o que pode adaptar-se, mutando para
sobreviver e do que deve perecer por superação ou inaptidão para ambienta-se a
um novo contexto. O emergir de uma nova democracia é eminente, este é um
processo em mutação. Quando o entendermos já terá acontecido. Precisamos
aprender com esta nova ilógica e tem que ser rápido. De quanto tempo dispomos?
Ninguém sabe os limites quando não há limites. Se realmente proclamarmos as
redes sociais como instancia última dos nossos limites, estaremos decretando a
morte do estado e nada restará para nos sustentar. Poderá haver democracia sem
a mediação do estado? Eis uma afirmação para iniciar um necessário debate. A
falência do estado será a dissolução da sociedade, certamente encontraremos
resposta na antevisão do presente para o futuro.
Antônio Scarcela Jorge.
OUTRO
ASSUNTO
NA EDUCAÇÃO E O CONCEITO
DE CULTURA.
Educação engloba
os processos de ensinar e aprender. É um fenômeno observado em
qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua
manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem,
dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao
ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de
sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social,
seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos
grupos à sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de socialização e endoculturação, mas não
se resume a estes. A cultura ao ser
definida entre outros “círculos”, porém seu sentido é bem mais abrangente, pois
cultura pode ser considerada como tudo que o homem, através da sua
racionalidade, mais precisamente da inteligência, consegue executar. Dessa
forma, todos os povos e sociedades possuem sua cultura por mais tradicional e
arcaica que seja, pois todos os conhecimentos adquiridos são passados das gerações
passadas para as futuras. Os elementos culturais são abrangentes às artes,
ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças, esportes, mitos, valores
morais e éticos, comportamento, preferências, invenções e todas as maneiras de
ser (sentir, pensar e agir). A cultura é uma das principais características
humanas, pois somente o homem tem a capacidade de desenvolver culturas,
distinguindo-se, dessa forma, de outros seres como os vegetais e animais. Apesar
das evoluções pelas quais passa o mundo, a cultura tem a capacidade
de permanecer quase intacta, e são passadas aos descendentes como uma
memória coletiva, lembrando que a cultura é um elemento social, impossível de
se desenvolver individualmente. A prática educativa formal que
ocorre nos espaços escolarizados, que sejam da Educação Infantil à Pós
Graduação dá-se de forma intencional e com objetivos determinados, como no caso
das escolas. No caso específico da educação formal exercida na escola que dedica-se
ao compartilhamento de informação relacionada à Ciência (no que tange a seus
conteúdos e processos) com indivíduos que não são tradicionalmente considerados
como parte da comunidade científica. Os indivíduos-alvo podem ser crianças,
estudantes universitários, ou adultos dentro do público em geral. A educação
sofre mudanças, das mais simples às mais radicais, de acordo com o grupo ao
qual ela se aplica, e se ajusta a forma considerada padrão na sociedade. Mas,
acontece também no dia-a-dia, na informalidade, no cotidiano do cidadão. Nesse
caso sendo ela informal. Foi assim que aprendi e preceituo como normativo de
segmento filosófico.
Antônio Scarcela Jorge.
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