quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 23 DE JANEIRO DE 2014

 COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

REDES A CONJETURAR.

Nobres:
Será que “paramos” para refletir o que está em nossa volta? O futuro torna-se o imediato, encurtou-se o tempo para um presente permanente, o virtual engole o real. O Estado já não é o motor da história. O movimento dos acontecimentos não é mais linear, a história vira prisioneira da sua emergência instantânea. Primeiro comemoramos, as redes nos libertaram, agora elas cobram o seu preço, o fim absoluto do controle. O que está em jogo? O futuro do Estado, suas instituições, a sociedade como ordem sistêmica. Até hoje nada se colocou acima da soberania do estado, porém as redes nasceram fora das suas fronteiras, sobrepondo-se ao seu alcance institucional. Será esta configuração a nova ordem de gestão da sociedade? Estamos prontos para compartilhar o poder reflexivo emergente das redes? Poderá este poder sem lideres determinar o fim das corporações e ideologias? O fenômeno das manifestações que percorrem e nos apresentam estas questões e somos movidos e induzidos a agir por contagio evolucionário. O que isto significa para a vida em sociedade e para o futuro das nossas instituições forjadas em séculos de história. Não sabemos. O certo é que serão drasticamente modificadas, superadas e possivelmente aniquiladas dentro das redes, em confronto com o genes da individualidade coletiva, uma forma combinada de comportamento e relacionamento social aleatório, sem identidade, um protagonismo virtual, apenas movimento, que se agrupa, toma forma, atua e se desfaz até ressurgir. Estamos prestes a viver o fim da sociedade corporificada em instituições como pilares do estado moderno. Vivemos uma emergência social. Mas quem pode tratar dessa enfermidade? As nossas instituições e seus lideres estão comprometidos com o velho paradigma, uma práxis superada diante da nova ordem emergente. O estado, tal como o forjamos, já não pode fazer muito por nós, tampouco por ele mesmo em seu estagio agonizante. Resta-nos nesta inevitável visão terminal do nosso sistema de organização social dominante, tão somente entregarmos nosso destino à lógica da evolução da natureza em sua permanente seleção e separação entre o que pode adaptar-se, mutando para sobreviver e do que deve perecer por superação ou inaptidão para ambienta-se a um novo contexto. O emergir de uma nova democracia é eminente, este é um processo em mutação. Quando o entendermos já terá acontecido. Precisamos aprender com esta nova ilógica e tem que ser rápido. De quanto tempo dispomos? Ninguém sabe os limites quando não há limites. Se realmente proclamarmos as redes sociais como instancia última dos nossos limites, estaremos decretando a morte do estado e nada restará para nos sustentar. Poderá haver democracia sem a mediação do estado? Eis uma afirmação para iniciar um necessário debate. A falência do estado será a dissolução da sociedade, certamente encontraremos resposta na antevisão do presente para o futuro.
Antônio Scarcela Jorge.

OUTRO ASSUNTO

NA EDUCAÇÃO E O CONCEITO DE CULTURA.

Educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de socialização e endoculturação, mas não se resume a estes. A cultura ao ser definida entre outros “círculos”, porém seu sentido é bem mais abrangente, pois cultura pode ser considerada como tudo que o homem, através da sua racionalidade, mais precisamente da inteligência, consegue executar. Dessa forma, todos os povos e sociedades possuem sua cultura por mais tradicional e arcaica que seja, pois todos os conhecimentos adquiridos são passados das gerações passadas para as futuras. Os elementos culturais são abrangentes às artes, ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças, esportes, mitos, valores morais e éticos, comportamento, preferências, invenções e todas as maneiras de ser (sentir, pensar e agir). A cultura é uma das principais características humanas, pois somente o homem tem a capacidade de desenvolver culturas, distinguindo-se, dessa forma, de outros seres como os vegetais e animais. Apesar das evoluções pelas quais passa o mundo, a cultura tem a capacidade de permanecer quase intacta, e são passadas aos descendentes como uma memória coletiva, lembrando que a cultura é um elemento social, impossível de se desenvolver individualmente. A prática educativa formal que ocorre nos espaços escolarizados, que sejam da Educação Infantil à Pós Graduação dá-se de forma intencional e com objetivos determinados, como no caso das escolas. No caso específico da educação formal exercida na escola que dedica-se ao compartilhamento de informação relacionada à Ciência (no que tange a seus conteúdos e processos) com indivíduos que não são tradicionalmente considerados como parte da comunidade científica. Os indivíduos-alvo podem ser crianças, estudantes universitários, ou adultos dentro do público em geral. A educação sofre mudanças, das mais simples às mais radicais, de acordo com o grupo ao qual ela se aplica, e se ajusta a forma considerada padrão na sociedade. Mas, acontece também no dia-a-dia, na informalidade, no cotidiano do cidadão. Nesse caso sendo ela informal. Foi assim que aprendi e preceituo como normativo de segmento filosófico.
Antônio Scarcela Jorge.




Nenhum comentário:

Postar um comentário