Num provável último almoço em
liberdade antes da expedição do mandado de sua prisão, o deputado federal João
Paulo Cunha (PT-SP), condenado no processo do mensalão, fez uma série de
avaliações sobre o quadro eleitoral deste ano. Parte da conversa pôde ser
ouvida por jornalistas pela janela do apartamento do deputado, que fica no
segundo andar de um prédio funcional no bairro da Asa Sul, área nobre de
Brasília.
Na ocasião, o petista avaliou a
situação da presidente Dilma Rousseff e fez o seguinte comentário: "Dilma
fala que está tudo bem. Ter 40% (aprovação nas pesquisas) para uma eleição às
vezes é mais difícil do que chegar a 51%. De zero a 40% vai, mas de 40% para
51%?, comentou sobre o índice necessário para a eleição de um candidato.
O nome do possível candidato do
PSDB para o Planalto, senador Aécio Neves, também foi comentado diversas vezes
durante o almoço realizado entre meio-dia e 13h30. Para o petista, Aécio não
representa o novo, uma novidade. João Paulo Cunha também fez comentários sobre
o segundo adversário, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Na
análise do ex-presidente da Câmara, Campos encontrará dificuldade na eleição em
razão da falta de capilaridade nos Estados.
João Paulo Cunha também criticou
a imprensa, que venderia uma realidade não verdadeira. Durante o almoço, o nome
do ex-presidente da República Luiz
Inácio Lula da Silva também foi lembrado. Uma das
frases ouvidas, mas cujo autor não foi possível identificar, foi a seguinte:
"Uma mentira que Lula contou, mas que eu perdoei ele". Também não foi
possível precisar o contexto da frase e sobre o que os presentes estavam
falando ao se referir a essa "mentira de Lula", pois às vezes as
falas eram totalmente audíveis, outras vezes, não.
Durante o almoço, não houve
sobressaltos na fala de João Paulo Cunha, o que de certa forma demonstra que o
clima não é de irritação ou tensão diante da decisão sobre sua prisão, que deve
ocorrer ainda hoje. O deputado petista aguarda a emissão do mandado de prisão
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para se apresentar à Polícia Federal, em
Brasília.
Fonte: Agência Estado.
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