sábado, 25 de janeiro de 2014

MATÉRIA DN.

 COLUNA DN.

Idéias – Opinião - Diário do Nordeste.
25.01.2014

FAMÍLIA


Já não me surpreende a violência das ruas. Espanta-me, isto sim, a fragmentação da família. Refiro-me tanto à família nuclear como à família social, isto é, aquela forjada na amálgama de raças que identifica o nosso povo. Estamos perigosamente nos dispersando uns dos outros. Uma saudação ao entrar no elevador, ou em qualquer outro recinto, são palavras quase sempre ditas ao vento. É raro ver alguém ceder lugar aos mais idosos. Essa mesma ausência de modos justifica o descomunal abuso do estacionar em vagas preferenciais. Trânsito? Deixa pra lá... Com licença? Coisa do passado! O individualismo tem se anteposto à pluralidade, à solidariedade, à lhaneza, ou à educação que é devida a si e ao próximo. Um "bom dia" parece ser algo tributável - tanto ou mais que tudo o mais. Não bastasse isso, quase sempre o dinheiro prepondera sobre os princípios mais caros ao núcleo familiar ou à sociedade. E assim o indivíduo segue em retrocesso às suas raízes - o ´ter para subsistir´, em contraposição ao ´ser para viver´. É assim que os ´valores´ materiais têm assumido papel de clara preponderância - de cisão - sobre os verdadeiros valores que edificam, em essência, tanto o indivíduo quanto o corpo social:
caráter, ética, honestidade, solidariedade, companheirismo, dentre outros. A pecúnia em excesso desvia e afasta o Homem da sua verdadeira rota de vocação espiritual. Além do que, dinheiro não compra tudo. Experimente comprar fidelidade, amizade sincera, decência, amor, felicidade ou paz interior. Sem Deus a família não o será. Quando muito, um grupo de mesma origem unido apenas por conveniências e laços materiais.
Ricardo Memória
Promotor de Justiça.


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