IDEAIS/OPINIÃO DN.
O CONTRAPONTO
Entramos
em ano eleitoral. Campanhas milionárias, promessas surrealistas e imagens
produzidas fazem parte do marketing dos políticos. Os programas eleitorais,
mais uma vez, venderão uma bela embalagem, mas, de fato, tentarão fugir da
discussão das ideias. Nós jornalistas somos (ou deveríamos ser) o reverso a
essa tendência. Jornalismo é contraponto. Cabe-nos a missão de rasgar a
embalagem e desnudar os candidatos. O nosso papel é ouvir as pessoas, conhecer
suas queixas, identificar suas carências e cobrar soluções dos candidatos. O
jornalismo de aspas, pobre e simplificador, repercute o Brasil oficial, mas
oculta a verdadeira dimensão do País real. Precisamos fugir do espetáculo e
fazer a opção pela informação. Só assim, com equilíbrio e didatismo, conseguiremos
separar a notícia do lixo declaratório. O esforço de isenção, no entanto, não
se confunde com a omissão. O leitor espera uma imprensa combativa, disposta a
exercer o seu intransferível dever de denúncia. A sociedade quer um quadro
claro, que lhe permita formar um perfil dos candidatos: seus antecedentes, sua
evolução patrimonial, seu desempenho em cargos atuais e anteriores, etc.
Impõe-se, também, um bom levantamento das promessas de campanha. Trata-se de
levar adiante bom jornalismo de serviço. Um jornalismo cor-de-rosa é
socialmente irrelevante. A imprensa, sem precipitação e injustos
prejulgamentos, tem o dever de desempenhar importante papel na recuperação da
ética na vida pública. Nosso compromisso não é com as celebridades, mas com a
verdade, com a informação bem apurada e com os leitores. E nada mais.
Carlos Alberto Di Franco.
Professor
e DOUTOR em Comunicação
OPINIÃO
"O REVERSO"
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