CÂMARA REJEITA
TEXTO-BASE DA PEC QUE REDUZ MAIORIDADE PENAL.
Estudantes fizeram protestos e foram impedidos de entrar no plenário. (ESTUDANTES OU BARDERNEIROS DO PT?)
Texto reduzia de 18 para 16 anos maioridade penal para crime hediondo.
A Câmara dos Deputados rejeitou nesta terça-feira (30)
o texto-base da proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz a maioridade
penal de 18 para 16 anos nos casos de crimes graves. Para ser aprovada, a PEC
precisava de ao menos 308 votos favoráveis – equivalente a 3/5 do número total
de deputados –, mas somente 303 deputados foram a favor. Outros 184 votos foram
contra e houve 3 abstenções.
Apesar da derrubada da matéria, a Casa ainda precisará votar o texto original, que reduz a idade penal para 16 anos em qualquer crime. De acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a votação deverá ser retomada na próxima semana ou depois do recesso parlamentar de julho. Se a matéria for rejeitada outra vez, a proposta será arquivada.
Apesar da derrubada da matéria, a Casa ainda precisará votar o texto original, que reduz a idade penal para 16 anos em qualquer crime. De acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a votação deverá ser retomada na próxima semana ou depois do recesso parlamentar de julho. Se a matéria for rejeitada outra vez, a proposta será arquivada.
Pela PEC, poderiam ser penalizados criminalmente os
jovens com 16 anos ou mais que cometessem crimes hediondos (como latrocínio e
estupro), homicídio doloso (intencional), lesão corporal grave, seguida ou não
de morte, e roubo qualificado. Eles deveriam cumprir a pena em estabelecimento
separado dos maiores de 18 anos e dos menores de 16 anos.
A rejeição da PEC foi comemorada por cerca de 200
manifestantes ligados à União Nacional dos Estudantes (UNE) e à União Nacional
dos Estudantes Secundaristas (UNES) que acompanharam a sessão das
galerias do plenário (veja vídeo acima). Eles gritaram palavras de
ordem e repetiram o grito "não, não, não à redução".
Por acordo entre líderes partidários, 10 parlamentares
foram escolhidos para falar a favor do projeto em plenário e outros 10
discursaram contra. O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), defendeu a
proposta. “É um texto que tem equilíbrio, propõe a redução para crimes graves,
hediondos, crimes contra a vida. Fico imaginando a justificativa para se
suprimir a vida de alguém. É injustificável, nem a idade nem a classe social
justificam.”
O líder do Solidariedade, Arthur Maia (BA), afirmou
acreditar um jovem de 16 anos que comete crime tem “absoluta consciência” do
que está fazendo. “Nenhum jovem deve temer a aprovação dessa lei. A lei serve
para punir criminosos. Ser pobre e ser humilde não é salvo-conduto para matar e
estuprar”, disse.
Já PT se posicionou contra alterar a Constituição para
reduzir a maioridade penal e defendeu como alternativa à PEC alterar o Estatuto
da Criança e do Adolescente para ampliar o tempo de internação de jovens que
cometem crimes graves.
"Todos querem combater a violência, e se combate a violência reformando o ECA. Defendemos a ampliação do tempo máximo de internação daqueles que praticam crime com grave ameaça de 3 para oito anos.
"Todos querem combater a violência, e se combate a violência reformando o ECA. Defendemos a ampliação do tempo máximo de internação daqueles que praticam crime com grave ameaça de 3 para oito anos.
As civilizações modernas trabalham
a ideia da ressocialização, não é cadeia mais cadeia", discursou o líder
do governo, José Guimarães <(CE). (o rei da palhaçada olhe o semblante
dele, (foto), diz tudo!)
O líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), também defendeu
que a punição a menores de 18 anos não resolve o problema da criminalidade no
país. Para ele, é preciso investir em educação e ações sociais. “Estamos
discutindo uma decisão que vai ter efeito constitucional sobre se apostamos no
ódio, na vingança, no vigiar e punir ou na educação e proteção integral à
criança e ao adolescente.”
O texto da PEC inicialmente previa reduzir a maioridade
para 16 anos para qualquer tipo de delito. Por acordo entre parlamentares do
PSDB, do PMDB e outros partidos, o relator da proposta na comissão especial,
deputado Laerte Bessa (PR-DF), alterou o próprio relatório para restringir a
responsabilização penal a crimes graves.
Protestos.
A votação foi acompanhada por poucos manifestantes nas
galerias, já que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), impediu a
entrada do público após tumulto
no anexo 2 da Casa, prédio que tem ligação com o corredor que dá
acesso ao plenário principal. Manifestantes ligado à União Nacional dos
Estudantes (UNE) e à União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) que
estavam do lado de fora do edifício tentaram forçar a entrada e foram contidos
com spray de pimenta.
Antes disso, o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) foi
derrubado em um dos acessos ao salão verde da Câmara, durante protesto de
estudantes que haviam conseguido permissão para entrar.
Fortes foi cercado pelos manifestantes no saguão do Anexo 2. Policiais
legislativos tentaram garantir a passagem do parlamentar do PSB, mas, em meio à
confusão, um dos estudantes o empurrou. O deputado caiu no chão e ficou
estirado por alguns segundos. Com o auxílio de seguranças, se levantou e cruzou
rapidamente a porta que dá acesso ao corredor.
Antes do tumulto, Cunha havia permitido a entrada,
controlada por senha, de manifestantes contrários e favoráveis à PEC. Os
"tickets" de acesso foram entregues aos partidos políticos, de forma
proporcional ao tamanho das bancadas, e posteriormente distribuídos pelos
deputados ao público.
Veja em
quais casos a PEC se aplicaria:
Crimes hediondos: homicídio quando praticado em
atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente;
homicídio qualificado, como quando há utilização de meio cruel; latrocínio
(roubo seguido de morte); extorsão qualificada pela morte; estupro; epidemia
com resultado morte; falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais; e favorecimento da
prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente
ou de vulnerável.
Homicídio doloso: Quando o criminoso teve a intenção de
matar a vítima ou assumiu o risco de produzir a morte.
Roubo qualificado:
Se o crime é exercido com emprego de arma; se há participação de duas ou mais
pessoas no delito; se a vítima está em serviço de transporte de valores e o
agente conhece tal circunstância; se a subtração for de veículo automotor que
venha a ser transportado para outro estado ou para o exterior; e se o agente
mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
Lesão corporal grave, seguida ou não de morte: Quando a
lesão resulta em incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta
dias; perigo de vida; debilidade permanente de membro, sentido ou função;
aceleração de parto; incapacidade permanente para o trabalho; enfermidade
incurável; perda ou inutilização do membro, sentido ou função; deformidade
permanente; e aborto.
Fonte: (somente o texto
original) Agência O Globo.
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