segunda-feira, 20 de julho de 2015

TEMPESTADE NA POLÍTICA



Em pronunciamento, presidente do Senado diz que colega "tem sido um bom presidente da Câmara" e volta a criticar ajuste fiscal do governo federal.


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), gravou um vídeo na sexta-feira (17) logo após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciar rompimento com o governo para fazer um balanço do primeiro semestre de 2015.

No pronunciamento, exibido pela TV Senado e compartilhado no YouTube, ele faz críticas ao ajuste fiscal do governo federal, elogia Cunha e o vice-presidente da República, Michel Temer, e anuncia que os próximos meses serão “nebulosos”.

“Não diria que será um agosto ou setembro negro, mas serão meses nebulosos, com certeza, com a concentração de uma agenda muito pesada. Cabe a nós resolvê-la”, afirma Calheiros, que desmarcou uma entrevista marcada para o mesmo horário de Cunha.

Renan critica novamente o ajuste fiscal proposto pelo Executivo, classificando seus resultados como “modestos”, porém “aquém do prometido”. “É insuficiente, tacanho. Até aqui, quem pagou a conta foi o andar de baixo. Ajuste sem crescimento econômico é cachorro correndo atrás do rabo.”

No vídeo, ele diz ainda que não imagina o desfecho da crise “não tenho oráculo” e fala que a aprovação popular do governo Dilma Rousseff “dispensa comentários”. “Estamos na escuridão, assistindo a um filme de terror sem fim.”

O senador afirma ter uma “excelente relação” com o colega de partido. “Nesse semestre, atuamos conjuntamente a fim de aperfeiçoar os resultados do Legislativo”, diz. “Ele tem sido um bom presidente da Câmara, implementando um ritmo de votações.”

Sobre Temer, ele destaca a importância do vice-presidente no momento de instabilidade do Brasil. “Paciência e perseverança são virtudes capazes de transformar a realidade. Esses são tributos inquestionáveis de Michel Temer. É um homem prudente”, diz.

Calheiros afirma que é natural uma candidatura própria de seu partido em 2018. “Vejo com felicidade que o PMDB refuta ser coadjuvante e vai em busca do protagonismo”, diz ele. “O PMDB não pode sucumbir ao aparelhamento, não é inteligente fazer isso.”

No pronunciamento o presidente nega ainda envolvimento com a Operação Lava Jato e afirma que “todos devem responder às demandas da Justiça, particularmente os homens públicos”. 

“Prestarei todas as vezes que a Justiça me solicitar, à luz do dia.”

Fonte: Agência Brasil.

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