Em pronunciamento, presidente do Senado diz que colega "tem sido um bom presidente da Câmara" e volta a criticar ajuste fiscal do governo federal.
O presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), gravou um vídeo na sexta-feira (17) logo
após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciar
rompimento com o governo para fazer um balanço
do primeiro semestre de 2015.
No pronunciamento, exibido pela TV Senado e
compartilhado no YouTube, ele faz críticas ao ajuste fiscal do governo federal,
elogia Cunha e o vice-presidente da República, Michel Temer, e anuncia
que os próximos meses serão “nebulosos”.
“Não diria que será um agosto ou setembro negro, mas
serão meses nebulosos, com certeza, com a concentração de uma agenda muito
pesada. Cabe a nós resolvê-la”, afirma Calheiros, que desmarcou uma entrevista
marcada para o mesmo horário de Cunha.
Renan critica novamente o ajuste fiscal proposto
pelo Executivo, classificando seus resultados como “modestos”, porém “aquém do
prometido”. “É insuficiente, tacanho. Até aqui, quem pagou a conta foi o andar
de baixo. Ajuste sem crescimento econômico é cachorro correndo atrás do rabo.”
No vídeo, ele diz ainda que não imagina o desfecho da
crise “não tenho oráculo” e fala que a aprovação popular do governo Dilma
Rousseff “dispensa comentários”. “Estamos na escuridão, assistindo a um filme
de terror sem fim.”
O senador afirma ter uma “excelente relação”
com o colega de partido. “Nesse semestre, atuamos conjuntamente a fim de aperfeiçoar
os resultados do Legislativo”, diz. “Ele tem sido um bom presidente da Câmara,
implementando um ritmo de votações.”
Sobre Temer, ele destaca a importância do
vice-presidente no momento de instabilidade do Brasil. “Paciência e
perseverança são virtudes capazes de transformar a realidade. Esses são
tributos inquestionáveis de Michel
Temer. É um homem prudente”,
diz.
Calheiros afirma que é natural uma candidatura própria
de seu partido em 2018. “Vejo com felicidade que o PMDB refuta ser coadjuvante e vai em busca
do protagonismo”, diz ele. “O PMDB não pode sucumbir ao aparelhamento, não é
inteligente fazer isso.”
No pronunciamento o presidente nega ainda envolvimento
com a Operação
Lava Jato e afirma que “todos devem responder às demandas da
Justiça, particularmente os homens públicos”.
“Prestarei todas as vezes que a
Justiça me solicitar, à luz do dia.”
Fonte: Agência Brasil.
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