sexta-feira, 10 de julho de 2015

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA, 10 DE JULHO DE 2015

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge.

ABUSAR DA RETÓRICA.

Nobres:
Não se pode conceber que alta, mas aturdida cúpula petista a capacidade de explicar como pode ser “golpismo” um processo realizado dentro do marco institucional brasileiro. A ação que pede a cassação da chapa Dilma-Michel Temer foi protocolada pelo PSDB no TSE, a quem caberá julgar com base nas informações e provas coletadas e é preciso lembrar que, mesmo homologadas pelo Supremo Tribunal Federal, as delações premiadas segundo as quais a campanha petista de 2014 teria sido irrigada com dinheiro ilícito não são suficientes para uma condenação, pois é preciso haver evidências que comprovem as afirmações dos delatores. E esta é apenas uma das frentes que podem complicar a permanência de Dilma no Planalto. Outra possibilidade, por enquanto até mais real que a da impugnação da candidatura, é a rejeição das contas do governo pelo Tribunal de Contas da União (TCU), tantas são as evidências das “pedaladas” feitas para maquiar as contas públicas e burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Neste caso, estaria aberto o flanco para um pedido de impeachment, que ainda assim teria de seguir todo o rito previsto pela legislação brasileira. Pois, no fundo, é isso que está em jogo: a noção de que não há ninguém acima das leis. E não é a oposição que vem se julgando como tal. Pelo contrário: no escândalo dos atos secretos do Senado, em 2009, o então presidente Lula defendeu seu antigo desafeto e depois aliado José Sarney: “O Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum”. Ora, se o líder máximo do PT pensa isso de alguém como Sarney, o que o partido não pensará dos seus? A resposta pode estar nos gritos de “guerreiro do povo brasileiro” que os mensaleiros condenados ouviram e seguem ouvindo em cada reunião do PT. Os petistas que gritaram “fora Collor” e “fora FHC” jamais se consideraram golpistas. Mas tentam passar um golpe, aqui, no sentido de mentira contada para obter vantagens no eleitor incauto quando chamam a oposição de “golpista” por recorrer a meios legítimos, que fazem parte do jogo democrático e estão previstos no marco institucional justamente para proteger a sociedade de governos corruptos. Se vier a rejeição das contas pelo desacerto fiscal, se forem comprovadas irregularidades na campanha de 2014, ou se vier à tona qualquer prova que ligue a presidente Dilma a algum outro “malfeito” (para usar um termo de seu gosto), ela está sujeita à lei tanto quanto qualquer brasileiro. Golpe seria pretender algo diferente do cumprimento das regras democráticas. O petismo não se conforma com esta situação gerada por eles próprios: mensalão, Petrolão, corrupção iniciada no governo de Lula, ensejando obediência ao novo ciclo de corrupção onde protagonistas estiveram a frente de atos escusos comandados por José Dirceu, José Genuíno, (a quadrilha dos Zés – adágio popular empregado pelo caipirismo nordestino) - Antônio Palocci – (duas vezes nos dois governos de Lula; tesoureiros do PT – diretores da Petrobras, empreiteiros ainda incluso os menos “larápios” em que a sociedade é sabedora.
Antônio Scarcela Jorge.

Nenhum comentário:

Postar um comentário