sábado, 25 de julho de 2015

DÓLAR SOBE E A CORRUPÇÃO DA MESMA FORMA

DÓLAR FECHA EM ALTA NESTA SEXTA E ATINGE O MAIOR VALOR DESDE 2003.


Mercado segue atento a avaliações de agências internacionais de risco.
A moeda subiu 1,55%, a R$ 3,3470, e terminou a semana em alta de 4,8%.


O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (24), após ultrapassar a barreira dos R$ 3,35, ainda refletindo preocupações com os riscos ao grau de investimento brasileiro.

A moeda norte-americana, pressionada por preocupações com as condições fiscais do Brasil, subiu 1,55%, cotada a R$ 3.3470 na venda.

Este é o maior patamar de fechamento desde 31 de março de 2003, quando ficou em R$ 3,355. Na máxima do dia, a divisa chegou a R$ 3,3578.

Na semana, o dólar subiu 4,79%. No mês e no ano, há alta acumulada de 7,66% e 25,89%, respectivamente.

O governo reduziu a meta de superávit primário deste ano para R$ 8.747 bilhões, ou 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB), contra R$ 66,3 bilhões (1,1% do PIB), previstos até então. Além disso, abriu a possibilidade de abater até R$ 26,4 bilhões que, no limite, pode até gerar novo déficit primário.

As metas para 2016 e 2017, por sua vez, caíram para o equivalente a 0,7% e 1,3% do PIB, respectivamente. O objetivo anterior para cada um desses anos era de 2% do PIB, percentual que agora só deverá ser alcançado em 2018.


A decepção do mercado é palpável. A sensação é de que o governo está fazendo menos esforço do que devia, disse à Reuters o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

A drástica redução da meta para 2015, assim como o ajuste extremamente gradual esperado para os próximos anos, sublinha o esperado rebaixamento pela Moody's e pode também desencadear revisões por outras agências e a perda do grau de investimento, escreveram analistas do banco Brasil Plural em nota a clientes.

Em entrevista à Reuters nesta sexta-feira, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que as novas metas de primário são mais realistas e suficientes para estabilizar a dívida pública do país.

Interferência do Branco Central.

Nesse quadro, investidores aguardavam também novas pistas sobre como o Banco Central se posicionará em relação a suas intervenções no câmbio, levando em conta que o fortalecimento do dólar tende a aumentar a inflação já elevada.

O BC deu continuidade nesta sexta ao seu programa de interferência no câmbio e vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares. Com isso, já rolou o equivalente a US$ 5,098 bilhões, ou cerca de 48% do lote que vence no início de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.

Operadores esperavam com ansiedade o anúncio da rolagem dos contratos que vencem em setembro e correspondem a US$ 10.027 bilhões. Se o BC sinalizar que deve continuar rolando cerca de 70% dos contratos, como fez no mês passado, a tendência é que o dólar não volte a patamares mais baixos.

"Seria um sinal de que o BC está confortável com o dólar nesses níveis", explicou à Reuters o operador de um importante banco internacional.

Fonte: Agência O Globo.

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