DÓLAR FECHA EM ALTA
NESTA SEXTA E ATINGE O MAIOR VALOR DESDE 2003.
Mercado segue atento a avaliações
de agências internacionais de risco.
A moeda subiu 1,55%, a R$ 3,3470, e terminou a semana em alta de 4,8%.
O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (24), após
ultrapassar a barreira dos R$ 3,35, ainda refletindo preocupações com os riscos
ao grau de investimento brasileiro.
A moeda norte-americana, pressionada por preocupações
com as condições fiscais do Brasil, subiu 1,55%, cotada a R$ 3.3470 na venda.
Este é o maior patamar de fechamento desde 31 de março
de 2003, quando ficou em R$ 3,355. Na máxima do dia, a divisa chegou a R$
3,3578.
Na semana, o dólar subiu 4,79%. No mês e no ano, há
alta acumulada de 7,66% e 25,89%, respectivamente.
O governo reduziu a
meta de superávit primário deste ano para R$ 8.747 bilhões, ou 0,15% do
Produto Interno Bruto (PIB), contra R$ 66,3 bilhões (1,1% do PIB), previstos
até então. Além disso, abriu a possibilidade de abater até R$ 26,4 bilhões que,
no limite, pode até gerar novo déficit primário.
As metas para 2016 e 2017, por sua vez, caíram para o
equivalente a 0,7% e 1,3% do PIB, respectivamente. O objetivo anterior para
cada um desses anos era de 2% do PIB, percentual que agora só deverá ser alcançado
em 2018.
A decepção do mercado é palpável. A sensação é de que o governo está fazendo menos esforço do que devia, disse à Reuters o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
A drástica redução da meta para 2015, assim como o
ajuste extremamente gradual esperado para os próximos anos, sublinha o esperado
rebaixamento pela Moody's e pode também desencadear revisões por outras
agências e a perda do grau de investimento, escreveram analistas do banco
Brasil Plural em nota a clientes.
Em entrevista à Reuters nesta sexta-feira, o ministro
do Planejamento, Nelson
Barbosa, afirmou que as novas metas de primário são mais realistas e
suficientes para estabilizar a dívida pública do país.
Interferência
do Branco Central.
Nesse quadro, investidores aguardavam também novas
pistas sobre como o Banco Central se posicionará em relação a suas intervenções
no câmbio, levando em conta que o fortalecimento do dólar tende a aumentar a
inflação já elevada.
O BC deu continuidade nesta sexta ao seu programa de
interferência no câmbio e vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps
cambiais, que equivalem à venda futura de dólares. Com isso, já rolou o
equivalente a US$ 5,098 bilhões, ou cerca de 48% do lote que vence no início de
agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.
Operadores esperavam com ansiedade o anúncio da
rolagem dos contratos que vencem em setembro e correspondem a US$ 10.027
bilhões. Se o BC sinalizar que deve continuar rolando cerca de 70% dos
contratos, como fez no mês passado, a tendência é que o dólar não volte a
patamares mais baixos.
"Seria um sinal de que o BC está confortável com
o dólar nesses níveis", explicou à Reuters o operador de um importante
banco internacional.
Fonte: Agência O Globo.
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