O jornal Financial Times publicou um duro editorial
sobre a crise política e econômica no Brasil. Com o título "Recessão e
politicagem: a crescente podridão no Brasil", o texto diz que a
"incompetência, arrogância e corrupção abalaram a magia" do País. A
publicação diz que os recentes fatos levam o Brasil a ser comparado com um
"filme de terror sem fim" e que, diante do risco de impeachment da
presidente Dilma Rousseff, "tempos piores ainda podem estar por vir".
O FT reconhece, porém, que as instituições brasileiras têm mostrado força e
exalta a prisão de executivos das maiores construtoras brasileiras.


Com o aumento dos juros e corte de gastos, a economia
sofre e o apoio político dos aliados diminui, explica o jornal. "A maior
razão, no entanto, é o escândalo de corrupção. Embora ela tenha presidido o
conselho da Petrobras entre 2003 e 2010, poucos acreditam que Rousseff é
realmente corrupta. Isso não significa, porém, que ela esteja segura.

Diante do quadro, o FT diz que "não é à toa que o
Brasil hoje tem sido comparado a um filme de terror sem fim". O editorial
diz que a presidente Dilma tende a ter "três anos solitários como
presidente". "Brasileiros são pragmáticos. Então, o pior cenário de
um impeachment caótico pode ser evitado. Ainda assim, mercados começam a
colocar no preço esse risco. Pode ser muito bem que tempos piores ainda estejam
por vir para o Brasil", completa o texto.
Apesar do tom pesado, o editorial reconhece que o
escândalo de corrupção na Petrobras tem "demonstrado a força das
instituições democráticas do Brasil". "Em um país onde os poderosos
dizem estar acima da lei, Marcelo Odebrecht, chefe da maior empresa de
construção do Brasil, está preso. Esta semana, três executivos da Camargo
Corrêa, outra construtora, receberam sentença de mais de dez anos na
prisão", diz o editorial.
O texto lembra ainda que contratos de empreiteiras
brasileiras estejam sendo investigados em Portugal, países da América Latina e
também podem ser alvo nos Estados Unidos, já que empresas como a Odebrecht têm
títulos emitidos em Nova York. "Isso leva a políticos e líderes
empresariais a pensarem duas vezes antes de pagar um suborno, o que é um grande
avanço na luta da região contra a corrupção".
Fonte: Agência Estadão.
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