sábado, 18 de julho de 2015

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SÁBADO, 18 DE JULHO DE 2015

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

IMORALIDADE OFICIAL.

Nobres:
É “hilário” admitir no seio da sociedade comum entre corruptos e corruptores deste “Brasil vergonha” em que os ladrões dizem a quatro séculos que esta mácula vem desde o disfarçado “descobrimento”. Nessa premissa ocorreu cotidiano da infecta política, onde a anarquia, corrupção e os desmandos quando em depoimento à CPI da Petrobras, o ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, acrescentou mais um elemento para reflexão a respeito das doações de empresas a campanhas eleitorais. Cardozo admitiu que as doações legais registradas no TSE, podem ser criminosas se o recurso for ilícito e se o destinatário tiver ciência disso. É, ao mesmo tempo, uma admissão de que o sistema de doações por empresas privadas precisa ser reformulado e um argumento para os políticos beneficiados, que dificilmente dirão que sabiam da origem dos recursos. Muitos dos beneficiados já têm recorrido a esse argumento, com a desculpa de que não poderiam saber de nada, porque boa parte das doações foi feita aos partidos, e não diretamente aos políticos. O desafio para as instituições é identificar, a partir das suspeitas levantadas, quem de fato usufruiu de esquemas delituosos, sabendo do que se tratava, e quem ignorava a origem criminosa dos recursos. É uma tarefa complexa, de difícil execução. Uma decisão política evitaria que se mantivessem as dúvidas sobre a cumplicidade ou não de beneficiários de doações de empresas privadas, sejam ou não empreiteiras. Bastaria que os próprios parlamentares, com engajamento decisivo do Executivo, proibissem que pessoas jurídicas financiassem partidos e candidatos. Mas não é isso o que os congressistas querem como ficou claro na primeira votação do tema pela Câmara, quando foram mantidas as doações privadas aos partidos. O assunto volta à pauta em agosto, para uma segunda votação, quando os deputados terão a chance de eliminar os financiamentos que estão na origem da maioria dos casos de corrupção, quando em passe de magia tente eliminar efeitos do corporativismo.
Antônio Scarcela Jorge.

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