sábado, 25 de julho de 2015

O COTIDIANO DA LADROAGEM - PARCEIROS DO GOVERNO (DÊS)


JUSTIÇA FEDERAL AUTORIZA QUEBRA DE SIGILO DE CONTAS DA ODEBRECHT.


Investigação suíça liga contas no exterior a ex-diretores da Petrobras.
Nesta sexta (24) MPF denunciou presidente e ex-executivos da empresa.


A pedido do Ministério Público Federal (MPF), o juiz Sergio Moro autorizou a quebra de sigilo de contas bancárias ligadas ao grupo Odebrecht no exterior. A decisão é de quinta-feira (23) e tem como base uma série de documento compartilhada pelas autoridades suíças com o MPF. A Odebrecht, junto com a empreiteira Andrade Gutierrez, foi alvo de investigação da 14ª fase da Operação Lava Lato, que apura um esquema bilionário de corrupção e desvio de dinheiro da Petrobras.

Nesta sexta-feira (24), o MPF denunciou 22 pessoas. Entre elas, estão os presidentes da Odebrecht S.A., Marcelo Odebrecht e da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo. As empresas são as duas maiores construtoras do Brasil. A Odebrecht tem negado irregularidades.

Conforme informado pelo MPF, a Suíça apresentou documentos que comprovam movimentação bancária milionária entre contas do grupo Odebrecht e contas de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento; Renato Duque, ex-diretor de Serviços; Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços; Jorge Zelada e Nestor Cerveró, ambos ex-comandantes da área Internacional.

“O quadro probatório justifica a quebra do sigilo bancário sobre contas no exterior utilizadas pelo Grupo Odebrecht para o pagamento de propina em contas em nome de off­shores controladas por Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, Renato Duque, Nestor Cerveró, Jorge Luiz Zelada e até mesmo pelo intermediador Alberto Youssef”, diz Sergio Moro.

Além disso, Moro autorizou a utilização pelo  MPF de toda documentação recebida da Suíça em processos em tramitação na Justiça brasileira e que, em virtude da investigação no exterior, as autoridades suíças acompanhem as oitivas dos investigados na Operação Lava Jato que têm ligação com a Odebrecht.

Denúncia contra a Odebrecht e a Andrade e Gutierrez.
Em entrevista coletiva nesta tarde, em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol disse que são 13 denunciados de cada empresa. De acordo com o MPF e a Polícia Federal, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez agiam de forma mais sofisticada no esquema de corrupção e fraudes de licitações da Petrobras.

Elas formavam um cartel, obtendo preços favoráveis e, com isso, lucros extraordinários. Parte desse lucro excedente era usada para pagar propina a agentes públicos e partidos políticos, conforme os procuradores.
Veja os denunciados.


- Alberto Youssef, doleiro
- Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, executivo ligado à Braskem, empresa do grupo Odebrecht
- Antônio Pedro Campello de Souza Dias, ex-diretor da Odebrecht
- Bernardo Schiller Freiburghaus, suspeito de lavar dinheiro de propina da Odebrecht
- Cesar Ramos Rocha, diretor da Odebrecht
- Celso Araripe d’Oliveira, funcionário da Petrobras
- Eduardo de Oliveira Freitas Filho, sócio-gerente da empreiteira Freitas Filho Construções Limitada
- Elton Negrão de Azevedo Júnior, diretor-executivo da Andrade Gutierrez
- Fernando Falcão Soares, lobista conhecido como Fernando Baiano
- Armando Furlan Júnior, sócio de Fernando Soares
- Flávio Gomes Machado Filho, filho de Mário Góes e suspeito de operar propina
- Lucélio Roberto Von Lechten Góes, lobista suspeito de atuar para a Odebrecht
- Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da Odebrecht S.A.
- Márcio Faria da Silva, diretor da Odebrecht
- Mario Frederico Mendonça Góes, lobista suspeito de atuar para a Odebrecht
- Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez
- Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
- Paulo Roberto Dalmazzo, ex-diretor da Odebrecht
- Paulo Sérgio Boghossian, ex-diretor da Andrade Gutierrez
- Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de Serviços da Petrobras
- Renato de Souza Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras
- Rogério Santos de Araújo, diretor da Odebrecht.

Outro lado.


O advogado de Alberto Youssef afirma que vai continuar colaborando com a Justiça. O advogado de Paulo Roberto Costa alega que “todos os fatos que foram objeto de colaboração premiada, quase 120 depoimentos, foram importantes em todas as investigações, inclusive esta”.

O advogado de Fernando Soares, o Fernando Baiano, diz que “isso a denúncia revela excesso acusatório, o que não surpreende diante de tudo que tem acontecido até agora em violação da lei e da Constituição da República.”

A defesa de Bernardo Freiburghaus ressalta que ele jamais intermediou o pagamento de propinas, tampouco tem poderes para abrir contas no exterior ou aceitar depósitos e transferências. O advogado também afirma que “as autoridades suíças sequer mencionam o nome do Bernardo nas contas das empresas offshores investigadas”.

A Andrade Gutierrez informa que os advogados ainda estão estudando a peça apresentada nesta sexta pelo Ministério Público Federal. No entanto, pelas informações passadas pela equipe do MPF na coletiva de imprensa, o conteúdo da denúncia apresentada contra seus executivos e ex-executivos, “parece não trazer elementos novos além dos temas já discutidos anteriormente, e que já foram devidamente esclarecidos no inquérito.”

A empreiteira ainda afirma que “infelizmente, até o momento, os devidos esclarecimentos e provas juntadas não foram levados em consideração”. A empresa diz entender que o campo adequado para as discussões, a partir desse momento, é o processo judicial, onde concentrará essa discussão, buscando a liberdade dos executivos e a conclusão pela improcedência das acusações. A empresa reitera que não pretende participar dessas discussões através da mídia.
Fonte: Agência O Globo.

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