DÓLAR VAI A R$3,43 APÓS S&P PIORAR PERSPECTIVA DO BRASIL.
Dólares: A agência, que já tem a nota do Brasil no
último degrau antes de perder o grau de investimento, argumentou que sua
decisão vem da série de investigações de corrupção envolvendo empresas e
políticos.
São Paulo - O dólar ampliou a alta
a 2 por cento e chegou a bater 3,43 reais na máxima do dia após a agência de
classificação de risco Standard & Poor's piorar a perspectiva do Brasil para
"negativa", em meio a preocupações com a situação fiscal brasileira e
o cenário político conturbado.
Às 13h34, o dólar avançava 1,80 por cento, a 3,4250
reais na venda. Na máxima da sessão, a moeda norte-americana atingiu 3,4353
reais, com alta de 2 por cento. Nas últimas quatro sessões, o dólar acumulou
valorização de 6 por cento.
A agência, que já tem a nota do Brasil no último
degrau antes de perder o grau de investimento, argumentou que sua decisão vem
da série de investigações de corrupção envolvendo empresas e políticos, que
pesam cada vez mais sobre o cenário econômico e fiscal brasileiro. Informou
ainda que o país enfrente circunstâncias políticas e econômicas desafiadoras.
Investidores já vinham demonstrado preocupação com a
possibilidade de o Brasil perder seu grau de investimento, após cortes nas
metas fiscais do governo deste e dos próximos anos surpreenderem e
decepcionarem os mercados financeiros.
O cenário político conturbado também pesa neste
momento, em que o governo depende muito do Congresso em pé de guerra com o
Executivo para aprovar as medidas de ajustes fiscais.
Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy,
voltou a afirmar que fará todos os esforços junto ao Legislativo "para
garantir a previsibilidade fiscal".
Outro fator importante para os próximos passos do
dólar é a reunião do Federal Reserve Banco Central Norte-americano, que termina
na quarta-feira.
Sinalizações de que o Fed caminha para elevar os juros
ainda neste ano podem servir de gatilho para a moeda norte-americana dar mais
um salto, afirmaram operadores, uma vez que pode atrair para a maior economia
do mundo recursos aplicados no Brasil.
"A verdade é que o dólar não tem motivo para
cair. Qualquer queda vai ser um alívio temporário", disse mais cedo a
operadora de um banco nacional.
O atual momento do mercado de câmbio também fez
investidores redobrarem a atenção sobre a intervenção do Banco Central, já que
a valorização da moeda norte-americana tende a pressionar a inflação ao
encarecer importados.
O sinal mais imediato será o anúncio da rolagem dos
swaps cambiais que vencem em setembro, equivalentes a venda futura de dólares.
Nos últimos meses, o BC tem feito rolagens parciais e
caminha para repor cerca de 60 por cento do lote de agosto, equivalente a
10,675 bilhões de dólares. Operadores têm afirmado que, se mantiver essa
proporção para o lote de setembro, o BC sinalizaria que está confortável com o
avanço da moeda norte-americana.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total no leilão de
rolagem de swaps cambiais. Com isso, já rolou o equivalente a 5,684 bilhões de
dólares, ou cerca de 53 por cento do lote que vence no início de agosto, que
corresponde a 10,675 bilhões de dólares.
Fonte: Reuters.
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