SUÍÇA AMPLIA
INVESTIGAÇÕES SOBRE PETROBRAS PARA INCLUIR ODEBRECHT.
Subsidiárias são suspeitas de
usar contas suíças para pagar propina.
Petrobras é alvo de nove investigações no país europeu.
A procuradoria-geral da República da Suíça informou
nesta quarta-feira (22) que ampliou uma investigação de corrupção na Petrobras
para incluir a construtora Odebrecht SA e outras companhias associadas.
Subsidiárias da Odebrecht são suspeitas de usar contas
suíças para fazer pagamentos de propina a ex-executivos da Petrobras, que
também mantinham contas bancárias na Suíça, afirmou o gabinete do
procurador-geral, em um comunicado.
No mês passado, a procuradoria suíça encaminhou ao
Ministério Público Federal (MPF) brasileiro um relatório de cooperação
internacional que aponta evidências de que o ex-diretor da Área Internacional
da Petrobras Nestor Cerveró recebia dinheiro em contas no exterior. O documento
foi protocolado na ação penal que tramita contra ele na primeira instância da
Justiça Federal.
Conforme o documento, assinado pelo procurador Stefan
Lenz, Cerveró tinha pelo menos duas contas na Suíça. Uma delas pertencia a uma
offshore panamenha chamada Russel Advisors AS, que segundo a procuradoria suíça
tinha Cerveró como beneficiário. O relatório mostra que esta conta recebeu um
pagamento de U$S 75 mil da empresa Three Lions Energy Inc, que, por sua vez,
tem como beneficiário o empresário Fernando Soares, o Fernando Baiano.
Cerveró e Baiano são réus em um processo que os acusa
de receber US$ 40 milhões de propina para intermediar a contratação pela
Petrobras de navios-sonda para a perfuração de águas profundas na África e no
México. Fernando Baiano era representante de Nestor Cerveró no esquema, ainda
segundo a denúncia. Em outro processo, Cerveró já foi condenado a cinco anos de
prisão por lavagem de dinheiro.
Bloqueio
de recursos.
Em março, o Ministério Público da Suíça bloqueou 400
milhões de francos suíços (equivalente a R$ 1,3 bilhão) em nove investigações
sobre a Petrobras no país europeu. O procurador suíço detalhou que as
investigações sobre a Petrobras na Suíça concentram-se sobre mil operações
bancárias, em 30 instituições financeiras. Cerca de um terço dessas transações
foram feitas em bancos suíços, outro terço em bancos fora do país europeu e
outro terço em locais ainda não identificados.
“Esse caso Petrobras, em termos de ativos bloqueados,
é muito importante. O que eu acho que torna esse caso específico é o nível de
boa cooperação e a celeridade em que conseguimos liberar o dinheiro de volta
para o Brasil. Temos certeza que podemos continuar a cooperar”, afirmou, acrescentando
que a devolução de R$ 390 milhões ao Brasil está sendo feita no prazo de um
ano.
Fonte: Reuters.
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