COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
NEGAR O RACIONAL.
Nobres:
Urgindo o princípio básico de formação da
personalidade de cada ser, naturalmente se expressa o conceito comum que pelo
menos, tenha o sentimento da “vergonha na cara” baseado neste princípio
instamos pelas palavras da presidente Dilma Rousseff: - Segundo suas palavras
seria fundamental que o país pare de ter impunidade e lembrou que duas leis
aprovadas no seu governo no ano passado dão base para esse processo de investigação
da Petrobras. “A outra, que regulamentou justamente a delação premiada– Além
disso, foi o pronunciamento de Dilma Rousseff, em um debate da campanha
presidencial do ano passado, orgulhando-se de ter sancionado a Lei. Mas, quando
uma delação premiada em específico – a do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da
UTC e apontado pelas investigações da Lava Jato como líder do cartel de
empresas que participava da sangria da Petrobras – apertou o calo da
presidente, por mencionar supostas doações ilegais de campanha, Dilma saiu-se
com um irritado - “segundo a presidente Dilma “não respeita delator”- em entrevista durante sua
visita aos Estados Unidos. (sempre vem a tona a gravidade dos fatos envolvendo
o seu corrupto governo, vem coincidindo viagens ao exterior!) Quando vigora o
silêncio, perde toda a sociedade, especialmente naqueles casos que envolvem o
mau uso dos recursos públicos E emendou fazendo as mais disparatadas
referências à sua própria experiência de prisioneira durante a ditadura militar
(quando tentaram, por meio da tortura, fazer dela uma “delatora”, explicou
Dilma), ressaltando que é à Inconfidência Mineira, desbaratada graças às informações
dadas por Joaquim Silvério dos Reis às autoridades portuguesas. Existe forte
contradição evidenciadas nas comparações
que não se sustentam e ainda representam um insulto às instituições envolvidas
nas investigações da Lava Jato, Afinal, a Lava Jato vem sendo conduzida em
consonância com as leis do país, e não na base da arbitrariedade; ao contrário
de Dilma e de outros companheiros de armas, nenhum dos investigados da Lava
Jato foi coagido fisicamente a falar: todos o fizeram de livre e espontânea vontade,
talvez olhando para o caso de Marcos Valério, o operador financeiro do
mensalão, que só mostrou a intenção de contar tudo o que sabia quando já era
tarde demais e não tinha quase nada a acrescentar; sem o benefício da delação
premiada, Valério foi condenado a quase 40 anos de prisão. Além disso, é
preciso lembrar que o teor de qualquer delação premiada só beneficia o delator
se investigações posteriores comprovarem o que ele diz. E, ao homologar a
delação de Ricardo Pessoa, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori
Zavascki entendeu que seu conteúdo trazia informações importantes que mereciam
uma análise mais apurada. Quando diz “não respeito delator”, Dilma está dando a
entender que seria melhor que Ricardo Pessoa permanecesse calado. Mais de 20
anos atrás, certamente não foi essa a avaliação do PT sobre Pedro Collor: suas
denúncias deram início às investigações que levaram ao impeachment do irmão de
Pedro, o ex-presidente (e hoje aliado do petismo) Fernando Collor – o episódio
ainda contou com outro delator, o motorista Eriberto França. Sem as declarações
de Roberto Jefferson, o Brasil dificilmente teria tomado conhecimento do
mensalão – mas este é um delator que o PT provavelmente também despreza. Fora
do país, as delações também tiveram conseqüências importantes: nos Estados
Unidos, o famoso caso Watergate, que levou à queda do presidente Richard Nixon,
só virou um grande escândalo graças ao informante Garganta Profunda. A quem
interessa que membros de um grupo criminoso não contem às autoridades tudo o
que sabem? A resposta é óbvia: apenas àqueles que pretendem seguir delinqüindo
impunemente. Quando vigora o silêncio, perde toda a sociedade, especialmente
naqueles casos que envolvem o mau uso dos recursos públicos. O delator, quando
se trata de um incidir não deixa de ser um criminoso: também merece punição.
Mas isso não autoriza ninguém a desqualificar de antemão as informações que ele
presta: se comprovadas, são um “precioso” auxílio no combate à impunidade.
Antônio
Scarcela Jorge.
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