AÇÃO COLETIVA CONTRA PETROBRAS NOS EUA AVANÇA
PARA ETAPA PROBATÓRIA.
Caso deve estar pronto para julgamento até fevereiro de
2016.
O
juiz norte-americano que julga ação coletiva de investidores contra a Petrobras
decidiu que o processo terá continuidade, avançando para a etapa probatória (em
que são apresentadas as provas judiciais do processo), exceto em ponto que já
prescreveu, informou a estatal nesta sexta-feira (10).
"O juiz determinou
que as partes apresentem o cronograma do processo, que inclui a fase
probatória, até o dia 15 de julho de 2015 e que o caso deverá estar pronto para
julgamento até o dia 1º de fevereiro de 2016", detalhou a Petrobras em
comunicado ao mercado.
Segundo
a estatal, no entanto, o juiz determinou que os pedidos relacionados à emissão
de títulos emitidos nos EUA em 2012 já prescreveram, e que os relativos às
ações emitidas no Brasil estão sujeitos à resolução por arbitragem.
O
processo.
A
empresa norte-americana de advocacia Wolf Popper LLP entrou com uma ação
coletiva contra a Petrobras em um tribunal no distrito de Nova York, em nome de
todos os investidores que compraram ações da empresa entre maio de 2010 e
novembro de 2014.
A
acusação é de violação das normas da Securities and Exchange Commission (SEC) –
o órgão que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos e que, no Brasil, seria
correspondente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Petrobras tem ações
negociadas nos mercados de Nova York, o que justifica o interesse dos EUA nas
denúncias.
Segundo
a acusação, a Petrobras divulgou aos investidores informações enganosas,
"desvirtuando fatos e não informando a cultura de corrupção na companhia
que consistiu em um esquema multibilionário de suborno e lavagem de
dinheiro" que acontece na empresa desde 2006.
A
Petrobras também é acusada de ter superfaturado o valor de suas propriedades e
equipamentos em seu balanço oficial. Aubda de acordo com a acusação,
"quantias superfaturadas pagas em contratos foram contabilizadas como
ativos no balanço. Essas quantias foram superfaturadas porque a Petrobras
inflou o valor de seus contratos de construção".
A
Wolf Popper LLP aponta que, em meio às denúncias envolvendo a petroleira e ao
reconhecimento de que pode haver reajuste no histórico de demonstrações
financeiras da companhia por conta dos contratos superfaturados, as ações ADS
da companhia caíram 46% entre setembro e novembro, passando de US$ 19,38 para
US$ 10,50.
No
final de junho, a estatal pediu à Justiça do EUA que rejeitasse a ação. Em
audiência na corte federal de Nova York, o advogado da Petrobras Roger Cooper
culpou a fraude de alguns indivíduos e disse que a empresa não poderia ser responsabilizada
pelas ações dessas pessoas.
Em
comunicado ao mercado, a Petrobras informou que a solicitação para rejeitar a
ação "tem por finalidade fazer com que a Corte analise se, sob o ponto de vista
jurídico, as alegações do autor são suficientes para que o processo siga para a
etapa probatória".
Fonte:
Reuters.
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