CARDOZO DIZ QUE NADA TEME SOBRE CAMPANHA DE 2010.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse em
depoimento na CPI da Petrobras que não tem nenhum temor que as investigações da
Operação Lava Jato coloquem sob suspeita a arrecadação da campanha presidencial
de Dilma Rousseff de 2010. Cardozo, que integrou a coordenação de campanha,
elogiou o ex-tesoureiro da campanha, o secretário de Saúde da cidade de São
Paulo e ex-prefeito de Diadema José de Filippi Júnior.
Em sua avaliação pessoal, é preciso ter comedimento na
discussão que surge no meio jurídico sobre se doações ilegais de campanha
eleitoral poderiam ensejar situações criminosas se tiverem origem ilícita.
"Se eventualmente uma empresa pratica lá uma falcatrua qualquer e doa este
dinheiro para alguém sem que este alguém tenha participado ou saiba disso, da
origem do dinheiro, ele não pode ser responsabilizado, estava de boa fé",
concluiu.
"Não podemos nunca culpar alguém sem a
demonstração inequívoca de que soubesse ou de que participou da obtenção do
dinheiro ilegalmente drenado a uma campanha eleitoral sob pena de sermos
absolutamente injustos em relação a punições", completou.
Questionado sobre críticas que vem recebendo de seu
partido e de políticos investigados na Lava Jato, Cardozo disse que é legítimo
que algumas pessoas estejam insatisfeitas, mas que enquanto tiver na vida
pública, não tem a intenção de receber aplausos e que continuará agindo dentro
da lei e de acordo com sua consciência. "Se isso merecer aplausos ou vaias,
não me importo, o que me importa é dormir tranquilo", declarou.
O ministro evitou abordar o andamento das
investigações sobre as escutas ilegais encontradas na sede da PF em Curitiba.
Parlamentares perguntaram sobre a possibilidade de a ilegalidade contaminar e
inviabilizar a Operação Lava Jato. Cardozo enfatizou que a sindicância está em
andamento e que é preciso ter prudência antes de concluir se há envolvimento de
delegados que participam da operação.
Cardozo defendeu a autonomia da Polícia Federal e disse
que liberdade de investigação é garantia do estado democrático.
"Precisamos aperfeiçoar cada vez mais essa autonomia", afirmou.
Fonte: Agência Brasil.
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