CUNHA: PRORELIT É ESTÍMULO AO NÃO PAGAMENTO DE DÉBITOS E PODE SER UM 'TIRO NO PÉ'.
Ao deixar a Câmara dos Deputados na tarde desta
quinta, 23, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou a Medida
Provisória 685, que institui o Programa de Redução de Litígios Tributários
(Prorelit). Para o peemedebista, a MP é um "estímulo ao não
pagamento" de débitos nos próximos meses.
"Como esta medida está em
tramitação, muita gente não vai pagar julho porque acha que vai poder alterar
data", concluiu. Ele avalia que, para o governo, a medida "pode ser
um tiro no pé".
A MP permite o uso de créditos próprios de prejuízos
fiscais e de base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) para a quitação dos débitos em contencioso administrativo ou
judicial. O objetivo é buscar o recolhimento de recursos de empresas que tenham
débitos de natureza tributária, vencidos até 30 de junho de 2015 e em discussão
administrativa ou judicial perante a Receita Federal ou a Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional. A idéia do governo é reforçar o caixa e tentar cumprir a meta
fiscal do ano.
Cunha, que recentemente anunciou o rompimento com o
governo e passou os últimos dias criticando as medidas econômicas oficializadas
pelo Palácio do Planalto, classificou a medida como "desespero".
"Acho essa medida muito ruim por uma razão muito simples: você está
mexendo num imposto que não tem nem 30 dias de atraso. Achei que foi uma medida
meio de desespero. Deveria ser limitado ao último dia do ano passado e não a 30
de junho de 2015", comentou.
Mesmo fazendo críticas à MP, Cunha acredita que a
tendência da Câmara é aprovar a proposta porque a Casa não costuma
"trabalhar contra facilitação de pagamento de débitos".
Fonte: Agência Brasil.
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