O juiz Sérgio Moro informou ao Tribunal Regional
Federal da 4ª Região que há risco de fuga do país do ex-executivo da Odebrecht,
Márcio Faria, preso pela Operação Lava-Jato na Polícia Federal de Curitiba.
Segundo ele, Faria enviou ao exterior R$ 11,4 milhões no segundo semestre do
ano passado, depois que foram iniciadas as investigações.

Segundo documento do magistrado ao TRF, foram quatro
remessas feitas por Márcio Faria a partir de agosto: R$ 7,347 milhões no dia
13; R$ 2,944 milhões no dia 14, R$ 547,1 mil no dia 25 e uma de R$ 600,6 mil em
15 de setembro. Na avaliação do juiz, Márcio Faria, que possui nacionalidade
brasileira e suíça, poderia se juntar ao operador Bernardo Freiburghaus,
apontado como operador da empresa e que se valeu da nacionalidade suíça para
sair do Brasil antes que o Ministério Público Federal reunisse provas suficientes
contra ele.
O juiz afirmou que o fato de Faria ter pedido demissão
da Odebrecht depois de preso não altera qualquer fato, pois é mero estratagema
para revogar a prisão preventiva. O MPF alega que se solto, ele continuaria a
cometer os mesmos delitos e, em tese, a saída da empresa eliminaria esse
argumento.

O juiz disse que os documentos apresentados ontem
pelos procuradores, que mostram 135 ligações telefônicas entre Rogério Araújo e
Bernardo Freiburghaus, corroboram as informações dos delatores da Lava-jato,
que apontaram Araújo como um dos operadores do cartel de empreiteiras. Paulo Roberto
Costa, ex-diretor da Petrobras e um dos delatores, afirmou em depoimento que a
Odebrecht fez pagamento de propinas em seu benefício no exterior. Disse que foi
Araújo quem recomendou o uso de Freiburghaus, que abria e monitorava contas e
investimentos no exterior.
Fonte: Agência Brasil.
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