A
estrutura de distribuição de água e filtragem já está bastante adiantada. Acima
dela ficará o tanque principal do Acquario.
Desde
a concepção, ainda em 2008, e o início de suas obras, em 2012, o Acquario Ceará
é um equipamento imerso em mistérios e muita polêmica. Orçada em cerca de R$
300 milhões, a construção já consumiu R$ 130 milhões desse total. Parte para a
aquisição de equipamentos e recursos tecnológicos - R$ 83,8 milhões -, parte
para viabilizar a estrutura de concreto do espaço - R$ 45,8 milhões.
Entretanto, depois de tanto tempo e recursos gastos, como está a obra
atualmente? É o que o O POVO.dom revela hoje. Pela primeira vez, uma equipe de
reportagem vai para dentro do Acquario Ceará, mostrando em detalhes a situação
do controverso oceanário.
Na
visita que durou quase quatro horas ao local, realizada na última quarta-feira,
8, é possível perceber que o megaprojeto começa a ganhar forma, e dificilmente
poderia ser transformado em outro equipamento, como chegaram a defender alguns
opositores. O esqueleto do empreendimento chega neste mês de julho a 69% de
execução, com emprego de 8 mil m³ de concreto. Assim, por exemplo, já dá para
antecipar como ficará o tanque dos tubarões, no trecho 1 do aquário. O caminho
a ser percorrido pelos futuros observadores está delineado, faltando à
instalação dos painéis de acrílico e a coberta em formato de domo.

No
segundo pavimento da construção, também já pode ser percebido o formato do
taque de aclimatação. Ele será utilizado para a adaptação de novos animais que
chegarem ao local e também para aqueles que, por acaso, fiquem doentes. Estará
interligado ao aquário principal e ao dos tubarões, permitindo de forma
controlada a entrada e saída dos peixes e demais seres. Trata-se de uma área de
acesso restrito aos profissionais do Acquario. “Teremos um sistema de apoio à
vida, que não para de funcionar: 24 horas, sete dias por semana”, explica
Mariana.
A
expedição pelo labirinto de concreto e aço seguiu para a área onde ficarão os
três cinemas - dois em 4D e um em 3D -, e um auditório para 300 pessoas. É o
setor do Acquario Ceará destinado a palestras e debates. Por enquanto, apenas
grandes pátios à espera de telões, divisórias, poltronas e sistemas de som.
No
subsolo, os setores que vão garantir o funcionamento do futuro equipamento. Lá,
já estão construídos os oito reservatórios de água salgada que será bombeada
para os compartimentos aquáticos. Serão 15 milhões de litros d’água, volume que
equivale a seis piscinas olímpicas cheias. Outros dois tanques de água doce são
para manutenção do espaço.
Mais adiante, estão instaladas 70% das tubulações de
polietileno de alta densidade (HDPE), um dos poucos equipamentos já enviados
para o Estado pela empresa norte-americana ICM Reynolds, cujo contrato com o
Governo ainda está suspenso após pedido de revisão. Também foram construídos
nesta etapa nove dos 13 tanques de filtragem.
Ritmo
moderado.
Na
tarde da última quarta-feira, poucos operários trabalhavam na estrutura do
Acquario Ceará: entre 50 e 60. Alguns concretavam uma das lajes, outros
cimentavam falhas das escadas, enquanto os demais limpavam e retiravam poças
d’água do terreno de 21.500m².
O
ritmo da obra é considerado “moderado”. “Temos uma variação de empregados.
Depende muito do cronograma da obra. Mas o que posso dizer é que o ritmo está
moderado. Não está a todo vapor.
Essa
não é a realidade. Por exemplo, não temos aqui a presença física da ICM
(empresa responsável pela montagem do aquário), cujo contrato está paralisado”,
esclarece Mariana Marques. Segundo ela, 70% de todo o equipamento é construído
fora do canteiro de obras, como as peças de acrílico e a coberta metálica do
espaço.
Apesar
das paralisações e dos sequentes atrasos, o prazo para entrega da obra - a
primeira promessa foi 2014 - ainda se mantém: 2017. Resta saber se a
dificuldade para garantir o empréstimo junto ao Ex-Im Bank - cujas operações de
crédito foram suspensas após decisão do Congresso dos Estados Unidos - não irá
interferir no planejamento.
Aguardemos.
O
revestimento externo será uma estrutura de alumínio com painéis confeccionados
em polímero metálico em base alumínica. Na parte externa da obra, uma das
“patas” do Acquário está em teste para a verificação dos efeitos da maresia
sobre o material.
Atualmente,
cinco chapas de acrílico com 45 cm de espessura se encontram no terreno do
Acquario Ceará. Eles formarão o vão de transparência para exposição dos
animais. Sobre o alto valor para a construção do Acquario, técnicos da obra
explicam que isso se justifica pela qualidade do material utilizado. “Esse
valor tem a ver com durabilidade. De que adiantaria um aquário mais barato, se
em pouco tempo ele sofresse com problemas de manutenção?”, destaca o engenheiro
Thiago Marques. Até agora, todos os recursos utilizados no equipamento saíram
do próprio Tesouro estadual.
Um
gerador de energia movido a gás será construído na parte subterrânea do
Acquario. Segundo os responsáveis pela obra, a Coelce não teria condições de
garantir a potência necessária, além dos custos serem bastante elevados.
Além
do peso turístico, o Executivo faz questão de ressaltar o caráter educacional
do projeto. Os responsáveis pela obra argumentam que ela será uma “mostra
permanente e renovável de educação ambiental associada ao entretenimento,
apresentando de uma forma interativa e envolvente aspectos relacionados à
preservação dos mares e da biosfera, através da relação do homem com o meio
ambiente aquático”.
Fonte:
Agência Brasil.
O INVERSO DA MOEDA.
REALIDADE CRUCIAL.
GOVERNO - PRIORIDADE DO ESTADO DO CEARÁ
1.
UMA SUNTUOSA OBRA EM BENEFÍCIO DAS GRANDES EMPREITEIRAS QUE A ENORME MAIORIA DOS CEARENSES NEM TERÃO ACESSO.

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