domingo, 12 de julho de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

JEITINHO CARREGADO PARA ALIVIAR O FUTEBOL BRASILEIRO.

Nobres:
Mesmo envolvido em ações corruptas que se associam as empreiteiras, mafiosos internacionais, etc., e a “inficiona” FIFA, uma poderosa organização internacional distinta a corrupção, houve um “jeito espantoso” para os cidadãos ver o governo facilitar a vida dos clubes de futebol que gastam demais, a Medida Provisória do refinanciamento das dívidas, aprovada pela Câmara, tem embutida uma contrapartida interessante: regras de gestão transparente. Clubes e federações terão de seguir a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, com prestação de contas regular de gastos, obediência rigorosa à legislação trabalhista e limitação nos mandatos e na reeleição. Estão definidas as condições para que se viabilize o socorro concreto aos clubes, depois de longa negociação com o governo e o Congresso. Compreende-se que, no contexto de desorganização do futebol brasileiro, surjam suspeitas sobre a efetiva disposição das entidades de reverter uma situação crônica de desleixo. O futebol tem sido maltratado pela confederação nacional, pelas federações estaduais e pelos próprios clubes. Acumularam-se problemas de gestão e também muitos delitos já identificados por investigações policiais. Estão dadas as condições para que as entidades reavaliem suas estruturas, o rodízio sem fim dos mesmos dirigentes e a gestão temerária de uma área que mexe com a paixão e com fortunas. É inaceitável que a dívida total dos clubes tenha dobrado nos últimos quatro anos, chegando hoje a mais de R$ 6 bilhões. Sabe-se que a maioria das grandes agremiações é incapaz de rentabilizar os novos estádios e gerir espetáculos que em outros países são extremamente lucrativos. A renegociação dos débitos põe as lideranças, considerando-se os dirigentes, os atletas e os representantes dos torcedores, na obrigação de reorientar o modo ultrapassado de administrar um esporte ajustado de forma amadorística, irresponsável e muitas vezes dolosa.
Antônio Scarcela Jorge.

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