O percentual
de pessoas favoráveis a um eventual pedido de impeachment da presidente também
aumentou.
A
avaliação positiva do governo Dilma Rousseff caiu para 7,7% segundo a 128ª
Pesquisa Confederação Nacional do Transporte (CNT/MDA), divulgada nesta
segunda-feira (21). A avaliação negativa passou de 64,8%, em março, para 70,9%
no levantamento realizado entre os dias 12 e 16 de julho. Foram ouvidas 2.002
pessoas, em 137 municípios.
A
conclusão final da pesquisa mostra uma elevação do pessimismo do brasileiro em conseqüência
da alta do custo de vida, do aumento da inflação, do crescimento do desemprego
e da forte percepção sobre a corrupção e a incapacidade do governo em
resolvê-la, disse Clésio Andrade, presidente da CNT.
A
última pesquisa, divulgada em março, mostrou que 10,8% das pessoas ouvidas
consideraram positiva a avaliação do governo. Com o atual resultado, o governo
teve a menor avaliação positiva registrada pela pesquisa desde outubro de 1999,
quando o desempenho do governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso
foi aprovado por 8% das pessoas.
Durante
a campanha eleitoral, 41% dos entrevistados consideraram o governo de Dilma
positivo e 23,5% consideraram negativo. No levantamento feito nos dias 27 e 28
de setembro do ano passado, 35% das mais de 2 mil pessoas ouvidas avaliaram a
administração como regular e 0,5% dos entrevistados não souberam ou não
responderam no período pré eleitoral.
Avaliação
pessoal de Dilma Rousseff.
A
avaliação sobre o desempenho pessoal da presidente, nesta pesquisa, também teve
queda. No atual levantamento, 15,3% dos entrevistados aprovam a presidenta,
enquanto 79,9% desaprovam a atuação de Dilma Rousseff. Apenas 4,8% das pessoas
não souberam avaliar ou responder.
Em março, 18,9% dos entrevistados avaliaram
positivamente e 77% avaliaram negativamente e 3,4% não souberam dizer ou não
responderam.
Segundo
Andrade, a presidenta tem pontos prós e contras que podem definir seu futuro
político. Entre os pontos negativos, o presidente da CNT elencou a crise
econômica, a crise no Congresso Nacional e a dificuldade de articulação política
do governo. Para ele, a análise do Tribunal de Contas da União sobre as contas
do governo pode agravar ainda mais a situação. “Tudo isso e a falta de apoio
popular que é o mais importante mostra dificuldade de reverter o quadro”,
avaliou.
Entre
os favoráveis ao governo, Clésio Andrade apontou o apoio dos movimentos sociais
e a dificuldade da oposição de se unir com o objetivo de visão única sobre o
governo. “Há uma briga velada do PSDB sobre o futuro político, sobre quem seria
o candidato”.
Emprego,
saúde e educação.
A
expectativa dos entrevistados para os próximos seis meses de governo mostrou
que mais da metade (55,5%) acredita numa piora do cenário de emprego no país,
enquanto 15% aposta em melhora e 27,5% não acredita em mudanças, neste período.
Sobre a renda mensal, mais da metade (50,2%) acredita que ficará nos atuais
patamares.
Apenas
13,6% dos entrevistados apostam em melhorias na área da saúde no próximo
semestre contra 47,5% que estão pessimistas e acreditam que o setor vai piorar.
Um cenário semelhante se repete em relação às expectativas para a educação
(15,1% apostam em melhora, 41% em piora e 42,1% apostam que não haverá mudança.
Operação
Lava Jato.
De
acordo com a CNT, dos 78,3% de entrevistados que ouviram falar das investigações
envolvendo a Petrobras, 69,2% consideram que a presidente é culpada pela
corrupção e 65% acham que o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva está
envolvido no esquema. Entre os que acompanham as investigações, 40,4%
consideram que o maior culpado na Operação Lava Jato é o governo, seguido pelos
partidos políticos (34,4%), diretores ou funcionários da empresa (14,2%) e
construtoras (3,5%). Ainda em relação à Lava Jato, os entrevistados se
mostraram pessimistas sobre resultados.
Pelo menos 67% das pessoas ouvidas não
acreditam que os envolvidos serão punidos e por volta de 52% não apostam na
capacidade do governo de combater a corrupção na estatal. A maioria (90,2%)
também não considera que há exagero nas prisões e mais da metade dos 37,3% dos
entrevistados que sabem o que é delação premiada são favoráveis ao mecanismo.
Pelo menos 86% das pessoas avaliam que as denúncias prejudicam a economia do
país.
Eleições
2018.
Na
projeção do cenário eleitoral de 2018, o levantamento mostrou que no cenário de
disputa entre Aécio Neves (PSDB), Lula (PT) e Marina Silva, o tucano venceria
com 35,1% dos votos, seguido por Lula com 22,8% e 15,6% dos votos para Marina.
Na disputa entre Lula, Marina, Geraldo Alckmin e o deputado Jair Bolsonaro, o
ex-presidente venceria com 24,9% dos votos, seguido por Marina (23,1%), o atual
governador de São Paulo (21,5%), e o parlamentar com 5,1%. Lula também venceria
com 25% dos votos, se a disputa fosse com Marina Silva (23,3%), o senador José
Serra (21,2%) e Jair Bolsonaro (5,5%).
Em
segundo turno, Aécio venceria com 49,6% o ex-presidente que teria 28,5%.
Alckmin venceria com 39,9% dos votos, seguido por Lula (32,3%) e José Serra
seria eleito com 40,3% contra 31,8% do petista.
Dos
mais de 2 mil entrevistados ouvidos pela CNT, 44,8% acreditam que se Aécio
Neves tivesse vencido as últimas eleições, o governo estaria melhor que o da
presidenta Dilma. Para 36,5% dos entrevistados o governo estaria igual e 10,9%
avaliam que o governo do tucano estaria pior que o de Dilma.
O percentual
de pessoas favoráveis a um eventual pedido de impeachment da presidente Dilma
Rousseff também aumentou. Passou para 62,8% dos entrevistados contra os 59,7%
das pessoas ouvidas em março, favoráveis ao impedimento. Os motivos elencados
como principais para justificar o impeachment seriam irregularidades nas
prestações de contas do governo (25%), a corrupção na Petrobras (14,2%),
irregularidades nas contas da campanha (14,2%) e 44,6% apontaram os três
motivos como justificativa.
Mais
da metade dos entrevistados (53,4%) consideram a corrupção um dos principais
problemas do país. Para 37,1%, a corrupção é o principal problema.
Fonte: Agência Brasil.
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