quinta-feira, 9 de junho de 2016

SENADO: COMISSÃO DO IMPEACHMENT COMEÇOU A OUVIR ONTEM

 COMISSÃO DO IMPEACHMENT OUVE TESTEMUNHAS DE ACUSAÇÃO NO SENADO.


Senadores ouvirão duas testemunhas de acusação e três convidados.
Nesta etapa, colegiado irá elaborar parecer dizendo se procede a denúncia.


A comissão especial do impeachment abriu sessão, às 11h47 desta quarta-feira (8), para ouvir depoimentos de duas testemunhas de acusação e outras três convidadas por senadores favoráveis ao afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência.

Durante quase três horas, os senadores debateram sobre a realização de uma perícia nos laudos do TCU que baseiam a denúncia, a pedido do advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, que acabou negada pela maioria. A defesa pediu que fosse feita uma perícia internacional, alegando que o TCU não foi isento nos laudos.

Senadores pró-impeachment afirmaram que a perícia é só mais um pedido da defesa para procrastinar os trabalhos da comissão. Já defensores de Dilma questionaram: "Por que têm tanto medo de perícia?"

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que a defesa está sendo cerceada. "É um absurdo o que houve”, disse. Miguel Reale Junior, os dos autores do pedido, argumentou que a perícia seria “indiferente”. Alguns senadores anunciaram que irão recorrer ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo, que conduz os trabalhos no Senado.

Pela acusação, serão ouvidos nesta quarta-feira o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo Oliveira, e o auditor fiscal do TCU Antônio Carlos Carvalho.

Já senadores favoráveis ao impeachment convocaram as seguintes testemunhas:

- Rogério Jesus Alves Oliveira, gerente de Operações de Créditos Agropecuários (GECAP) na Coordenação-Geral das Operações de Crédito do Tesouro Nacional (COPEC);



- Adriano Pereira de Paula, coordenador-geral de Operações de Crédito do Tesouro Nacional;

- Otávio Ladeira de Medeiros, secretário do Tesouro Nacional.



Inicialmente, estava previsto também o depoimento do ex-diretor de governo do Banco do Brasil, Jânio Carlos Endo Macedo. No entanto, ao abrir os trabalhos o senador Raimundo Lira informou que os senadores que convocaram Jânio Macedo, José Medeiros (PSD-MT) e Waldemir Moka (PMDB-MS), retiraram o pedido. A retirada do depoente ainda precisa ser votada pelo colegiado.

Processo.

Nesta etapa intermediária do processo de impeachment, chamada de "pronúncia", os integrantes da comissão especial devem, após tomar o depoimento de testemunhas e de produzirem provas, analisar o relatório que será elaborado pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).

Caberá ao parlamentar tucano afirmar se procede ou não a denúncia de que Dilma cometeu crime de responsabilidade. Se o plenário do Senado concluir que a denúncia é procedente, a presidente afastada foi levada a julgamento final.

Conforme o plano de trabalho aprovado pela comissão, a conclusão desta etapa intermediária do processo de impeachment, com votação do relatório no plenário principal do Senado, ocorrerá entre os dias 1º e 2 de agosto. O prazo da fase de pronúncia, no entanto, pode ser alterado, dependendo do ritmo dos depoimentos.

De acordo com proposta do senador Raimundo Lira (PMDB-PB), presidente da comissão, não será concedido tempo para exposição inicial das testemunhas. Elas deverão apenas responder a perguntas de senadores, que terão três minutos para formular os questionamentos. Os depoimentos serão colhidos individualmente.

A testemunha, segundo o planejamento de Raimundo Lira, terá até dois minutos para responder à pergunta. O autor da pergunta poderá fazer um réplica de até dois minutos.

A testemunha terá direito à tréplica, mas o tempo não foi definido pela proposta do presidente da comissão especial, que é baseada no rito do impeachment do ex-presidente Fernando Collor, que ocorreu em 1992, e no Código de Processo Penal.

A proposta de Lira ainda deverá ser discutida pelos integrantes da comissão do impeachment.

Denúncia.

A acusação diz que a presidente afastada teria cometido crime de responsabilidade ao praticar as chamadas “pedaladas fiscais” (empréstimos tomados pela União com bancos públicos para execução de despesas) e ao editar quatro decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional. A denúncia foi elaborada pelos juristas Janaína Paschoal, Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo. Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior estão presentes à sessão desta quarta.
Fonte: G1 – DF.

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