sábado, 4 de junho de 2016

DELATORES EM AÇÃO

 DELATOR DIZ QUE VERBA DA PRESIDÊNCIA PAGOU DÍVIDA DE CAMPANHA DE DILMA.

Bené afirmou que auxiliar de Dilma usou contrato do Planalto em 2015.
Giles Azevedo diz que versão é inverídica.


Reportagem publicada no site da revista "Época" informou que o empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené, operador do PT preso pela Polícia Federal, revelou em delação premiada desvio de dinheiro em contrato da Presidência para pagar dívida da campanha da presidente afastada Dilma Rousseff.


Bené, investigado na Operação Acrônimo, disse que o ex-chefe de gabinete de Dilma Rousseff e atualmente secretário-executivo do gabinete pessoal da presidente afastada, Giles Azevedo, usou contrato do Palácio do Planalto em 2015 para quitar dívida da campanha presidencial de 2010. Azevedo nega a acusação.

Segundo ele, a operação transcorreu entre 2014 e 2015. Bené é acusado de ser o principal operador de Fernando Pimentel, ex-ministro de Dilma e atual governador de Minas Gerais. De acordo com Bené, Pimentel dizia que a proprietária da agência de comunicação Pepper, Danielle Fonteles, reclamava de valores pendentes da campanha presidencial de 2010 e das prefeituras em 2012 realizadas para o PT.

De acordo com a delação, Giles Azevedo atuou para que a Secretaria de Comunicação da Presidência pagasse a dívida por meio de um contrato com a agência Click. A licitação foi no valor de R$ 44,6 mil.

Bené disse que a contratação da agência Click seria uma maneira de não expor as partes (governo e Pepper).

A delação acusa também o PT de arrecadar propina como doação eleitoral na campanha de 2014. Esse valor teria sido, inclusive, destinado ao diretório nacional do partido.


A delação de Benedito Oliveira Neto foi homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e segue em sigilo.Agora, a Procuradoria Geral da República estuda medidas a serem tomadas, como abertura de novas investigações ou inclusão de dados em apurações já abertas.

Versões dos envolvidos.

O coordenador jurídico da campanha de Dilma em 2014, Flávio Caetano, divulgou nota dizendo que toda a arrecadação foi feita de acordo com a lei eleitoral.

Caetano afirmou que é "lamentável" que a delação premiada seja, mais uma vez, usada politicamente por meio de vazamentos seletivos.


A nota conclui dizendo que a acusação é inverídica e serve apenas "para alimentar argumentos daqueles que querem instaurar um golpe contra um mandato legitimamente eleito pelo povo brasileiro".

Giles de Azevedo disse que os fatos indicados na reportagem são inverídicos e baseados em narrações de "ouvir dizer" de terceiros. Ele acrescenta que nunca foi responsável por gestão ou negociação de contratos de publicidade da Secom e tampouco conhece os representantes ou prepostos da agência Click.

Segundo Azevedo, a agência Pepper não trabalhou para a campanha da Presidência da República em 2014, razão pela qual desconhece a existência de dívidas de campanha com aquela empresa.

Sobre a delação premiada feita por Benedito Oliveira, a defesa de Fernando Pimentel esclarece que não pode sequer confirmar os termos apontados na imprensa. A defesa acrescenta que as notícias são absolutamente falsas.

Em nota, o advogado da agência Pepper, Cleber Lopes, diz que "as afirmações publicadas pela revista 'Época' são totalmente inverídicas. "Essa questão", diz a nota, "já foi tratada no curso das investigações e é de conhecimento das autoridades competentes"
Fonte: G1 – DF.

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