SCARCELA JORGE
ESTADO CRÍTICO.
Nobres:
Tornou-se
genérico em todo o território o Estado brasileiro não consegue garantir a
segurança. O Brasil ocupa a quarta posição, entre 99 países, em número de
homicídios e caminha a passos largos para chegar ao topo do ranking, ante a
ineficiência do Estado na formulação e execução de políticas públicas que revertam
esse dramático cenário. A motivação fútil de crimes exige reflexão e revisão
das políticas governamentais não só em relação à insegurança, mas também quanto
à educação que não chegam principalmente aos jovens, menos ainda aos adultos. À
saúde, à desestruturação das famílias em áreas de elevado grau de
vulnerabilidade socioeconômica e, ainda, aos estímulos ao consumo, como
elemento de afirmação e de status social. O modelo adotado tem se mostrado
incapaz de promover o crescimento positivo da sociedade de modo negativista
acentuado principalmente aos adolescentes são produtos de uma sociedade, em que
a violência é elemento do cotidiano. Eles reproduzem as atitudes dos adultos,
que optam pela eliminação da vida de quem os incomoda por quaisquer motivos como
se houvesse razão, ou lógica, ou direito de matar. Nos últimos anos, a
agressividade vem conquistando espaços diante das variadas expressões de
intolerância, que se alastram pela indiferença do poder público. Essa mesma
indiferença, que se confunde com brutalidade, é proporcionada pelo Estado. Faltam
políticas públicas às necessidades nos serviços prestados pelo poder público,
assegurando-lhes meios adequados de desenvolvimento psicológico, social,
educacional, cultural e econômico. O mesmo Estado que estimula o consumo a fim
de movimentar a economia é incapaz de romper com as desigualdades que reduzem a
cidadania. O arame farpado usado para conter a vítima é o mesmo que divide a
sociedade e multiplica os guetos de miséria, onde prevalece a lei do mais
forte.
Antônio Scarcela Jorge.
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