Machado
fez afirmação a investigadores da Lava Jato, informou 'O Globo'.
Renan e Jucá negam ter recebido; Sarney diz que vai processar delator.
O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que
assinou acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, contou aos
investigadores que arrecadou e pagou pelo menos R$ 70 milhões a integrantes da
cúpula do PMDB.
Sérgio Machado afirmou que pagou ao presidente do
Senado, Renan
Calheiros, cerca de R$ 30 milhões. Para o ex-presidente da
República e senador José Sarney, Machado relatou a entrega de cerca de R$ 20
milhões. Machado citou ainda que entregasse outros R$ 20 milhões ao senador e
ex-ministro Romero Jucá (PMDB-RR).
Os valores, segundo Machado, foram desviados da
subsidiária da Petrobras, responsável pelo transporte de combustível no país.
As informações foram publicadas na noite desta sexta no site do
jornal "O Globo" e confirmadas pela TV Globo.
Renan Calheiros afirmou que nunca recebeu dinheiro de
Machado. "Jamais recebi vantagens de ninguém. Sempre tive com Sérgio
Machado uma relação respeitosa e de Estado. Nunca indiquei ninguém para a
Petrobras e nem para o setor elétrico", afirmou.
O senador Romero Jucá também negou o recebimento de
qualquer recurso financeiro por meio de Sérgio Machado ou comissões
referentes a contratos realizados pela Transpetro.
Em nota enviada pela assessoria neste sábado (4), o
ex-presidente José Sarney afirmou que “não existe qualquer envolvimento” dele
nos fatos investigados pela Lava Jato.
Sarney também diz que as gravações feitas por Sérgio
Machado, uma delas em um hospital segundo o ex-presidente, revelam o “monstro
moral” que o delator é.
O peemedebista finaliza a nota chamando Machado de
pessoa “abjeta” e sem credibilidade e diz que vai processar o ex-presidente da
Transpetro.
Há duas semanas, foram divulgadas gravações feitas por
Sérgio Machado de conversas com integrantes da cúpula do PMDB, nas quais eles
falavam de meios para tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
A delação de Sérgio Machado já foi homologada
pelo Supremo. Agora, o teor dos depoimentos está sob análise e
poderá ser usado em futuras investigações.
Em uma das gravações feitas por Machado, Renan
Calheiros defende
alteração na lei que trata da delação premiada para
impedir que presos colaborem com as investigações.
Na gravação com Romero Jucá, o senador sugere ao
presidente da Transpetro "pacto" para tentar barrar a Operação Lava
Jato. No mesmo dia, Jucá
anunciou que deixaria o ministério do Planejamento, que estava sob o
comando dele havia menos de duas semanas.
O áudio com José Sarney mostra o ex-presidente da
República afirmando que eventuais
delações premiadas de executivos da empreiteira Odebrecht, no âmbito da
Operação Lava Jato, são "uma metralhadora de calibre ponto 100".
Outra gravação feita por Sérgio Machado que motivou a
saída de ministro foi a que Fabiano Silveira, ex-ministro a Transparência, fez críticas
à condução da Lava Jato pela Procuradoria Geral da República e deram
conselhos os investigados na operação. Silveira deixou a pasta um dia após a
divulgação dos áudios.
Fonte: G1 – DF.
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