Estudo
aponta 'tendência preocupante' no país, mas descarta chance maior de
manifestações violentas.
A
instabilidade política fez o Brasil perder posições na lista de países mais
pacíficos do mundo, aponta relatório do Instituto para Economia e Paz (IEP), um
centro internacional de estudos sobre desenvolvimento humano.
O país caiu duas posições no ranking em relação ao ano
passado e é apenas a 105º mais pacífica entre 163 nações avaliadas no chamado
Índice Global da Paz (IGP). Ficou atrás de países como Haiti (89º), Jordânia (96º) e Estados Unidos (103º).
"No Brasil, um aumento de 15% na instabilidade
política, associado a deteriorações nas taxas de encarceramento e policiamento,
mostra uma tendência preocupante a apenas poucos meses do começo dos Jogos
Olímpicos do Rio de Janeiro", afirmou, em nota, a organização responsável
pelo estudo.
A Islândia ficou em
primeiro lugar no ranking, seguida por Dinamarca, Áustria, Nova Zelândia e Portugal.
Os países menos pacíficos são Síria, Sudão do Sul, Iraque, Afeganistão e
Somália.
O índice está na décima edição e avalia 23
indicadores, como número e duração de conflitos internos e externos, taxa de
homicídios, possibilidade de manifestações violentas e grau de militarização.
Também classifica as nações em uma escala de um a
cinco, onde o número 1 representa mais proximidade do estado de paz, e o número
5, mais distanciamento. O índice do Brasil ficou em 2,176 - a Islândia,
primeiro lugar, registrou 1,192, e a Síria, país menos pacífico, 3,806.
No caso brasileiro, o instituto afirma que a
instabilidade política foi desencadeada pelo escândalo de corrupção investigado
pela Operação Lava Jato, mas pondera que tal cenário ainda não indica maior
possibilidade de manifestações violentas.
Um destaque negativo para o Brasil é o alto custo de
contenção da violência, estimado em US$ 338 bilhões, ou 14% do PIB - entre os
163 países do estudo, o país é o 32º que mais gasta nesse sentido.
América do
Sul.
Entre 11 países da América do Sul avaliados, o Brasil
aparece como o 9º mais pacífico, à frente apenas de Venezuela e Colômbia.
Chile, Uruguai e Argentina lideram o ranking regional.
Com níveis mais baixos de militarização e conflitos
internacionais por causa de relações mais amigáveis entre nações vizinhas, a
América do Sul melhorou levemente a desempenho em relação a 2015, mas perdeu o
posto de quarta região mais pacífica do mundo para a América Central e Caribe.
Segundo o IEP, as regiões mais violentas do mundo continuam
sendo o Oriente Médio e o Norte da África, e a Europa é a mais pacífica ainda
assim, as mortes em conseqüência de ações terroristas mais que dobraram no
continente europeu nos últimos cinco anos.
Fonte: BBC.
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