JANOT DIZ QUE 'NÃO
É FÁCIL' CONDUZIR INVESTIGAÇÕES DA OPERAÇÃO LAVA JATO.
Conselheiros
do MP defenderam atuação do procurador-geral em operação.
PGR ressaltou que investigação 'profissional' não tem 'ideologia' nem 'lado'.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
afirmou nesta terça-feira (14) que, "em determinados momentos", a
condução das investigações da Operação Lava Jato "não é fácil". Ele
disse ainda que vai "do céu ao inferno em 24 horas" porque não pode
agradar ninguém.
Ele deu a declaração durante sessão do Conselho
Nacional do Ministério Público (CNMP) na qual conselheiros defenderam a atuação
de Janot na condução da Lava Jato.
"Enquanto as palavras que a mim foram dirigidas,
o que eu posso dizer que nesse momento de turbilhão que a gente vive a vida de
acordo com o desencadear dos fatos, é um verdadeiro carrossel. Você está do céu
e ao inferno em 24 horas. Você não agrada ninguém porque a atividade de
investigação você tem que descobrir e investigar profissionalmente", disse
o PGR.
"O que nós temos que ser é retos na atividade do
MP, independente de quem deva ser, com todo respeito e todas as garantias
constitucional. Ao mesmo fato, a mesma lei. Eu agradeço as palavras de apoio e
confesso que, em determinados momentos, não é fácil", ressaltou Janot.
Durante as investigações da Lava Jato, Janot foi
criticado, principalmente, pelo presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
e pelo senador e ex-presidente da República Fernando Collor (PTC-AL) pela forma
como tem conduzido a operação.
Cunha, em diversas ocasiões, o acusou de ser
"seletivo" ao escolher investigá-lo. O peemedebista já foi denunciado
por Janot em três inquéritos da Lava Jato. Já Collor chegou a chamar o PGR de
"figura tosca" e "sujeitinho à toa", além de o ter acusado
de "arbitrariedade" ao investigá-lo. O ex-presidente é alvo de
seis inquéritos no STF no âmbito da Lava Jato.
Na sessão, sem citar nomes, Janot disse ainda que uma
investigação "profissional não tem ideologia, lado". "Deus me
livre do local em que o investigador possa escolher previamente a pessoa que
quer investigar. Isso não é democracia, não é Estado de Direito",
concluiu.
Fonte: G1 – DF.
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