Ele acusa Dilma de saber detalhes da compra da refinaria de Pasadena.
Também disse que isso gerou um prejuízo bilionário à estatal.
O ministro Teori Zavascki, responsável
pelos processos da Lava Jato no Supremo, retirou o sigilo da delação premiada
de Nestor Cerveró. Nos depoimentos, o ex-diretor da Petrobras sustenta que
Dilma Rousseff sabia de todos os detalhes sobre Pasadena ao aprovar a compra da
refinaria, um desastre de bilhões.
Foram 36 depoimentos. Neles, Cerveró detalhou todo o
esquema de corrupção na Petrobras.O
ex-diretor da área internacional da Petobras disse, por exemplo, que Dilma
Rousseff acompanhava de perto os assuntos referentes à Petrobras e frequentava
constantemente a estatal. Tinha, inclusive, uma sala na sede da empresa no Rio
de Janeiro e conhecia em detalhes os negócios da Petrobras, inclusive a compra
da refinaria de Pasadena nos Estados Unidos.
De acordo com Cerveró, Dilma não só sabia de Pasadena
como tinha conhecimento que membros do PT recebiam propina vinda da Petrobras.
No depoimento, Cerveró disse que supõe que Dilma Rousseff sabia que políticos
do PT recebiam propina oriunda da Petrobras. No entanto, Cerveró disse que
nunca tratou diretamente com Dilma Rousseff sobre o repasse de propina, seja
para ela, seja para políticos, seja para o Partido dos Trabalhadores (PT).
Cerveró também afirmou que não tem conhecimento de que
Dilma Rousseff tenha solicitado na Petrobras recursos para ela, para políticos
ou para o PT. Em outro depoimento, Cerveró disse que seu advogado na época,
Edson Ribeiro, contou que Delcídio havia lhe afirmado que, em uma reunião com a
presidente afastada, Dilma Rousseff, ela disse que o senador não se preocupasse
porque ela "cuidaria dos meninos", se referindo a Cerveró e ao
ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, que também foi preso na Lava
Jato. Outra afirmação de Cerveró tem a ver com o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso.
O ex-diretor da Petrobras disse que Fernando Soares, o
Fernando Baiano, e os dirigentes de uma empresa acreditavam que um determinado
negócio com a Petrobras estava acertado. Faltava apenas a assinatura para a
finalização. Mas, no entanto, o negócio já estava fechado com uma empresa
vinculada ao filho do ex-presidente da república Fernando
Henrique Cardoso, de nome Paulo Henrique Cardoso. No depoimento, Cerveró
não cita se houve envolvimento direto de FHC no negócio.
Cerveró também disse que a UTC pagou de R$ 15 mi a R$
20 mi a Fernando Collor de Mello por meio do operador Pedro Paulo Leoni Ramos,
ex-ministro de Collor. Com esse acordo, Cerveró vai poder sair da cadeia no
próximo dia 24 de junho e ir para casa, onde ficará cumprindo prisão domiciliar
e só poderá ser condenado a uma pena de, no máximo, 25 anos. Além disso, terá
de devolver mais de R$ 17 milhões aos cofres públicos por causa dos desvios de
que participou na Petrobras.
A assessoria de Dilma Rousseff divulgou uma nota em
que diz que a presidente afastada prestou, em abril de 2014, esclarecimentos à
Procuradoria Geral da República sobre a compra da refinaria de Pasadena e que, na época, a PGR afastou qualquer
conduta dolosa ou culposa que pudesse ser atribuída ao Conselho.
Ainda segundo a nota, a PGR reconheceu que o Conselho de Administração da Petrobras, do qual ela era presidente, não tinha conhecimento total do contrato e que todos os procedimentos necessários tinham sido cumpridos.
Não conseguimos contato com Fernando Henrique Cardoso,
que está no exterior. O filho do ex-presidente, Paulo Henrique, disse
desconhecer as empresas mencionadas e negou ter vínculo com elas.
O senador Fernando Collor disse que jamais recebeu
qualquer valor da UTC e nunca autorizou outras pessoas a pedir dinheiro em seu
nome.
A assessoria de Pedro Paulo Leoni Ramos afirmou que o
ex-ministro não comenta delações premiadas. Também não foi possível o contato
com a empresa Unión Fenosa.
Fonte: G1 – DF.
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