terça-feira, 6 de maio de 2014

RENAN RECORRE AO PLENO DO STF

 CPI DA PETROBRAS

RENAN RECORRE AO STF E CRITICA 'GRAVE INGERÊNCIA'.

Segundo o Senado, a deliberação sobre o conteúdo de uma CPI é um assunto interno do Congresso Nacional.

Brasília. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), entrou ontem com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão da ministra Rosa Weber que determinou a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar exclusivamente denúncias de irregularidades na Petrobras.

Segundo o documento assinado pelos advogados do Senado, a deliberação sobre o conteúdo de uma CPI é um assunto interno do Congresso. O texto afirma que a decisão de Rosa "cuida-se de inadmissível e grave ingerência de um Poder sobre o outro, sem o mínimo de respaldo" da Constituição.

"Subtraiu-se do legislativo que deliberasse e decidisse sobre a questão. O Congresso Nacional possui autonomia para dispor sobre o exercício de suas competências no âmbito interno, autonomia essa que não é passível de controle por outro poder ou órgão público".

A oposição recorreu ao Supremo para garantir que a CPI fosse instalada para tratar apenas das suspeitas envolvendo a estatal e sem incluir obras de governos estaduais do PSDB e do PSB em São Paulo e em Pernambuco, respectivamente.

O Planalto defendia que a CPI também investigasse acusações de cartel em obras do metrô paulista e durante governos do PSDB e ilegalidades no Porto de Suape envolvendo o PSB.

No entendimento de Renan, não há impedimento para que na criação de uma CPI seja estabelecido que a investigação trate de temas sem relação direta. Para Renan, "a exigência de conexão entre fatos determinados se dá apenas para CPI já instalada, não podendo ser exigido tal requisito no momento de criação de uma CPI. Não há que se falar em conexão entre fatos no momento da criação de uma CPI".

Apesar do recurso, o presidente do Senado deve se reunir hoje com líderes do Senado e da Câmara para tratar do início das investigações. Ele anunciou semana passada que vai liberar a instalação de duas CPIs: uma no Senado e outra mista, com deputados e senadores.

Escolhas

O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE) informou ontem que seu partido escolherá ocupar a presidência da CPI da Petrobras. Por ter a maior bancada no Senado, o partido tem a prerrogativa de escolher entre os dois cargos mais importantes de uma CPI, a presidência ou a relatoria. Desta forma, a relatoria da CPI ficará nas mãos do PT, que já definiu o nome do senador cearense José Pimentel. O PMDB vai indicar sete, dos 19 integrantes da CPI da Petrobras, entre titulares e suplentes.

Ainda sobre a posição do PMDB, Eunício afirmou que tem três nomes em mente para a presidência da Comissão, entre eles Ricardo Ferraço, Luiz Henrique da Silveira e João Alberto.

A CPI deverá investigar a aquisição da refinaria de Pasadena, nos EUA, em 2006; indícios de pagamento de propina a funcionários da petroleira pela companhia holandesa SBM Offshore; denúncias de que plataformas estariam sendo lançadas ao mar sem equipamentos primordiais de segurança, além de indícios de superfaturamento na construção de refinarias.

A oposição insistirá hoje, durante a reunião de líderes com o presidente do Senado na criação da CPI Mista que agregue os trabalhos de investigações de deputados e senadores. "A oposição quer que funcione uma CPI mista, com deputados e senadores, porque terá muito mais força política e institucional, além de mais autoridade para averiguar os fatos e identificar culpados", afirmou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

Fonte: Agência Brasil.

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