CARVALHO PREGA
MOBILIZAÇÃO DO PT PELA REFORMA POLÍTICA.
O secretário-geral da Presidência
da República, ministro Gilberto Carvalho, disse que é "fundamental"
que o PT e sua militância se engajem na luta pela reforma política, durante
palestra para 50 participantes do Fórum Regional Ideias para o Brasil, da
Fundação Perseu Abramo, neste sábado, em Porto Alegre (RS). "Uma das medidas
dela (da reforma política) é de salvação de nosso partido, que é o fim do
financiamento privado empresarial de campanha e a introdução da lista
coletiva", destacou. "Não vejo saída para nosso partido se não
conseguirmos reverter esse processo", prosseguiu, referindo-se à
manutenção do sistema atual, com doações privadas e voto nominal para o
parlamento.
"Esse processo é tão
importante que a (presidente) Dilma (Rousseff) disse aos jovens, esses dias, em
Brasília, que para realizá-lo temos de fazer um processo semelhante ao das
diretas", relatou, comparando a necessidade de mobilização popular pela
reforma como a que houve em 1984 pela eleição à presidência da República.
Prevendo que "a resistência será tremenda", justificou sua posição ao
afirmar que "tão forte quanto a resistência à questão da democratização
dos meios de comunicação é a (resistência à) reforma de um sistema que, se
sabe, tem consciência do poder que tem e do risco que tem em abrir mão desse
critério econômico para a eleição".
Ao analisar a trajetória do PT no
governo, Carvalho reconheceu que o partido e os movimentos sociais foram se
adaptando ao aparelho do Estado. "É verdade que inoculamos o novo no
velho, mas o velho também se inoculou dentro de nós de maneira duríssima, cada vez
mais perceptível e mais presente", afirmou, apontando o "verticalismo
e o distanciamento" como traços adquiridos no poder. "E junto com
isso, dentro da lógica do aparelho, a eleição financiada, pelos custos que ela
demanda, funcionou infelizmente como terrível elemento de indução progressiva à
corrupção".
Para Carvalho, o PT está diante
da necessidade de romper com o "ar condicionado" e passar a conviver
com os novos movimentos populares para não abrir mão de seu papel histórico.
"Temos de romper com a paralisia retomando o velho e bom método da
convivência na luta e reflexão nessa luta", propôs.
Fonte: Agência Estado.
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