Ministro, que foi advogado de Lula, disse que não lhe causa
constrangimento comandar o tribunal.
BRASÍLIA - O ministro Dias
Toffoli, que assume nesta terça-feira a presidência do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), disse que sua ligação com o PT é “página virada”. Toffoli foi
advogado do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva nas campanhas de 2002 e de
2006, e já defendeu o petista no tribunal. Segundo o ministro, ter sido
advogado do partido não lhe causa constrangimento para comandar uma eleição
presidencial.
- De maneira nenhuma. Desde minha
indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF) e minha aprovação no Senado eu
virei a página. Eu hoje sou juiz, desde 2009 eu sou juiz, e meu compromisso é
com a Constituição - afirmou em entrevista à rádio CBN, destacando também que
teve aprovação de dois terços dos senadores, inclusive da oposição.
A escolha do presidente do TSE é
feita de forma burocrática. Com o fim do mandato do ministro Marco Aurélio
Mello, a vaga é dada automaticamente ao ministro mais antigo da Corte que ainda
não tenha ocupado o cargo.
Na entrevista, Toffoli disse que
o TSE vai analisar a prestação de contas dos partidos e que, se houve
irregularidade sobre a utilização de verbas do fundo partidário para pagar a
defesa de réus do mensalão, isso será analisado pelo tribunal.
- Se houve a utilização de
recursos do fundo para alguma atividade, que não a atividade exclusivamente
partidária, haveria irregularidade - disse o ministro, completando: - O
tribunal em momento oportuno vai julgar e decidir.
Toffoli também comentou sobre a
reportagem de hoje do GLOBO, que revela que PT, PSDB e PSB juntos estimam
gastar R$ 500 milhões, a maior parte com doações de empresas. Toffoli disse ser
favorável à doação mista como novo modelo de financiamento de campanha,
dividindo entre parte pública e pessoa física.
- Ele (o cidadão) vai se sentir
mais comprometido a cobrar, a criticar e a participar da democracia. Eu sempre
lembro que essa questão de financiamento, não é financiamento de partido ou de
campanha, é financiamento da democracia. Quem financia a democracia hoje são
grandes setores econômicos, não a cidadania - afirmou.
Fonte: Agência O Globo.
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