COLUNA
IDÉIAS - OPINIÃO. DN.
Prática
cruel
Fenômeno presente e cada vez
comum no noticiário da imprensa brasileira, o linchamento se caracteriza pela
violência sem limites cometida por coletividade de pessoas contra o autor ou
suposto autor de crime considerado bárbaro ou contra o patrimônio, apanhado em
flagrante. Em países civilizados, o linchamento talvez seja incomum, pois a
prática está disseminada em países atrasados. No caso do Brasil os
linchamentos, vitimando inclusive inocentes, confundidos com criminosos ou
bandidos, decorrem da descrença do homem médio, para usar expressão do direito,
na ação do governo para punir os autores dos crimes, os quais permanecem sem
autoria definida, sem apuração e sem castigo. Muitos criminosos, com larga
ficha de crimes, continuam soltos e impunes, praticando novos delitos,
beneficiados por habeas-corpus ou fugas, facilitadas muitas vezes, sempre em
prejuízo da sociedade. O povo está cansado de ser bode expiatório de todas as
desgraças, oficiais ou não, e se impacienta facilmente, como se observa agora
com as depredações de ônibus e de trens de um serviço público de segunda
categoria. Assim também com os linchamentos. Sem aviso prévio, a explosão
popular irrompe, como fogo no mato seco. O homem primitivo acorda, e ei-lo
a fazer justiça com as próprias mãos, na defesa de sua vida e segurança,
consideradas em perigo pelo subconsciente coletivo. Se os ladrões fossem presos
a começar dos altos escalões; os criminosos apenados, e não soltos, a
impunidade não incentivasse a escalada dos crimes, os linchamentos seriam raros,
e os autores responderiam pesadamente por eles.
Eduardo
Fontes.
Jornalista e administrador.
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