quinta-feira, 15 de maio de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 'QUINTA-FEIRA' 15 DE MAIO DE 2014

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

AVEJÃO PARCIAL DO LULOPETISMO REFERENTE AO JULGAMENTO DO MENSALÃO.

Nobres:
Provocar celeuma e deixar aliar questões junto ao povo ensejar “como natural massa de manobra” para se certificar como eventuais vítimas do mensalão. Na visão descabida e utópica do lulopetismo é que não se pode aceitar é a tentativa clara de colocar em xeque a inflexibilidade da Justiça num caso evidente de danos a toda a sociedade. A possibilidade de estes ingressarem com recurso a instituições internacionais, sob a alegação de que faltou garantir ao réu o duplo grau de jurisdição, concedido ao chamado mensalão mineiro, já havia sido levantada durante o próprio julgamento. O que chama a atenção é o fato de o questionamento estar relacionado a um julgamento sem precedentes sob o ponto de vista da transparência. A particularidade de suas principais sessões terem sido transmitidas ao vivo para todo o país possibilitou amplo acompanhamento por parte do público, que pôde avaliar cada decisão tomada. O próprio ex-ministro condenado só se beneficia hoje do regime semiaberto porque teve direito a um novo julgamento, no qual a pena inicial acabou sendo revista pela Corte, já com nova composição. O que afronta a inteligência das pessoas neste episódio é a campanha de segmentos petistas contra o ministro Joaquim Barbosa pelo fato de ele estar cumprindo rigorosamente a legislação no que se refere à progressão de pena e à concessão de liberalidades aos réus do mensalão. Baseado estritamente no que diz o Código Penal, o ministro simplesmente vetou o trabalho externo dos réus que não cumpriram ainda um sexto da pena. Se há divergências no entendimento da Lei de Execuções Penais, é preciso que elas sejam dirimidas, definitivamente e para todos os casos, nos foros judiciais adequados sem deixar de considerar questões como as reconhecidas deficiências do sistema prisional brasileiro. O que não cabe é transformar o Judiciário em réu, com o único objetivo de tentar desgastar sua imagem perante parcelas da sociedade. No país da impunidade, a Justiça inflexível merece aplausos, e não críticas, ainda que continue sendo desigual em sua parte evidente.

Antônio Scarcela Jorge.

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