sábado, 10 de maio de 2014

CNBB E A POLÍTICA DE PARTIDOS

CNBB FAZ CRÍTICAS A PARTIDOS POLÍTICOS

Bispos lançaram documentos tratando das Eleições de 2014 e dos desafios da questão agrária no Brasil.

Aparecida (SP). O arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno Assis, afirmou na manhã de ontem ao final da 52ª Assembleia Geral dos Bispos, realizada na cidade, que os partidos políticos brasileiros precisam se fortalecer e rever seus programas de atuação.

"Nós sabemos que, infelizmente, nossos partidos políticos não têm realmente um programa partidário, ou se tem, eles são todos parecidos. Gostaríamos que nossos partidos fossem fortes, que tivessem um programa que realmente diferenciassem um ou outro para que o eleitor, conhecendo os objetivos, os valores que defende e os projetos daquele partido, possa fazer sua opção muito mais consciente, mais livre, com conhecimento", disse o religioso.

O comentário de Dom Damasceno foi feito em função do documento divulgado ao final do encontro, denominado "Pensando o Brasil: Desafios Diante das Eleições de 2014". Ele explicou que o documento ainda vai ser discutido nas várias instâncias da Igreja no País, principalmente nas dioceses e paróquias.

O arcebispo disse que os programas partidários "quase todos são muito semelhantes". O desejo da Igreja, segundo ele, é que os partidos sejam fortalecidos, sólidos e apresentem programas que defendam valores éticos e morais como a família, a liberdade de imprensa e a educação.

"Que eles tenham em conta os mais pobres, os mais excluídos, que procurem trabalhar pela inclusão. Fortalecer os partidos significa os partidos com programas", disse. Dom Raymundo destacou que a realidade mostra muitos políticos se elegendo por um partido e depois passando para outro.

"Isso significa o quê? Que não há compromisso com o programa, com determinados valores. Ele muda de partido, de legenda, muitas vezes por interesses pessoais, momentâneos, circunstanciais, sem um compromisso com um projeto. É isso que nós queremos mudar", afirmou.

Questão Agrária

Com o tema "comunidade de comunidades: uma nova paróquia", a 52ª Assembleia Geral da CNBB se encerrou ontem após dez dias de estudos e reflexões. Segundo a organização do evento, mais de 350 bispos das 18 regionais do País discutiram temas como a questão agrária, o laicato, a liturgia e as eleições.
Outros assuntos também estiveram em pauta como a evangelização da juventude, a campanha contra a fome, e até a Copa do Mundo, entre outros.

Na avaliação do arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB, o cardeal Damasceno Assis, a Assembleia termina com resultados positivos, mostrando a unidade e a comunhão entre os bispos do Brasil. "Os trabalhos transcorreram em clima de muita fraternidade, oração e partilha. Conseguimos concluir os temas previstos na pauta. Estou feliz com os resultados", disse.

O arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente da CNBB destacou que a Assembleia encerra com orientações práticas para a continuidade da missão da Igreja e já antecipa os trabalhos do próximo ano. "Teremos um trabalho muito importante que é a revisão das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Por decisão do episcopado, as diretrizes serão atualizadas na próxima Assembleia", comenta dom Belisário.

Entre os textos estudados e avaliados no encontro, foram aprovados dois documentos e um estudo. Sendo um sobre a renovação paroquial e outro que trata da questão agrária no Brasil no início do século XXI. "É uma reflexão sobre a realidade do campo e ajudará a compreender a necessidade do cuidado pela terra e também com nossa agricultura familiar", explica o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner.


Fonte: Web.

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