CNBB FAZ CRÍTICAS A PARTIDOS POLÍTICOS
Bispos lançaram documentos tratando das Eleições de 2014 e dos desafios
da questão agrária no Brasil.
Aparecida (SP). O
arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno Assis, afirmou na manhã de ontem ao final
da 52ª Assembleia Geral dos Bispos, realizada na cidade, que os partidos
políticos brasileiros precisam se fortalecer e rever seus programas de atuação.
"Nós sabemos que,
infelizmente, nossos partidos políticos não têm realmente um programa
partidário, ou se tem, eles são todos parecidos. Gostaríamos que nossos
partidos fossem fortes, que tivessem um programa que realmente diferenciassem
um ou outro para que o eleitor, conhecendo os objetivos, os valores que defende
e os projetos daquele partido, possa fazer sua opção muito mais consciente,
mais livre, com conhecimento", disse o religioso.
O comentário de Dom Damasceno foi
feito em função do documento divulgado ao final do encontro, denominado
"Pensando o Brasil: Desafios Diante das Eleições de 2014". Ele
explicou que o documento ainda vai ser discutido nas várias instâncias da
Igreja no País, principalmente nas dioceses e paróquias.
O arcebispo disse que os
programas partidários "quase todos são muito semelhantes". O desejo
da Igreja, segundo ele, é que os partidos sejam fortalecidos, sólidos e
apresentem programas que defendam valores éticos e morais como a família, a liberdade
de imprensa e a educação.
"Que eles tenham em conta os
mais pobres, os mais excluídos, que procurem trabalhar pela inclusão.
Fortalecer os partidos significa os partidos com programas", disse. Dom
Raymundo destacou que a realidade mostra muitos políticos se elegendo por um
partido e depois passando para outro.
"Isso significa o quê? Que
não há compromisso com o programa, com determinados valores. Ele muda de
partido, de legenda, muitas vezes por interesses pessoais, momentâneos,
circunstanciais, sem um compromisso com um projeto. É isso que nós queremos
mudar", afirmou.
Questão
Agrária
Com o tema "comunidade de
comunidades: uma nova paróquia", a 52ª Assembleia Geral da CNBB se
encerrou ontem após dez dias de estudos e reflexões. Segundo a organização do
evento, mais de 350 bispos das 18 regionais do País discutiram temas como a
questão agrária, o laicato, a liturgia e as eleições.
Outros assuntos também estiveram
em pauta como a evangelização da juventude, a campanha contra a fome, e até a
Copa do Mundo, entre outros.
Na avaliação do arcebispo de
Aparecida e presidente da CNBB, o cardeal Damasceno Assis, a Assembleia termina
com resultados positivos, mostrando a unidade e a comunhão entre os bispos do
Brasil. "Os trabalhos transcorreram em clima de muita fraternidade, oração
e partilha. Conseguimos concluir os temas previstos na pauta. Estou feliz com
os resultados", disse.
O arcebispo de São Luís (MA) e
vice-presidente da CNBB destacou que a Assembleia encerra com orientações
práticas para a continuidade da missão da Igreja e já antecipa os trabalhos do
próximo ano. "Teremos um trabalho muito importante que é a revisão das
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Por decisão do
episcopado, as diretrizes serão atualizadas na próxima Assembleia", comenta
dom Belisário.
Entre os textos estudados e
avaliados no encontro, foram aprovados dois documentos e um estudo. Sendo um
sobre a renovação paroquial e outro que trata da questão agrária no Brasil no
início do século XXI. "É uma reflexão sobre a realidade do campo e ajudará
a compreender a necessidade do cuidado pela terra e também com nossa
agricultura familiar", explica o bispo auxiliar de Brasília e secretário
geral da CNBB, dom Leonardo Steiner.
Fonte: Web.
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