COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
A CAPITALIZAÇÃO DO POVÃO.
Nobres:
Como todo o brasileiro tem em idéia
ser técnico de futebol e na área econômica a ter que dar o seu parecer em
função da economia atingir diretamente “o seu bolso” tipos reflexos
paulatinamente acentua o seu cotidiano.
Neste atalho momentâneo que expectativa, primeiro pela escolha de seus
candidatos especialmente à presidência e ao governo do Estado pelos seus atuais
governantes na certeza que serão referendados pelo povo, como de costume, eu
indico e povo obedece! Deixando de lado um problema de larga evidência que nos
aproxima assustadoramente: a acentuada instabilidade da economia que nos cerca.
Neste aspecto é sempre simplista atribuir apenas ao governante de plantão o bom
desempenho econômico, como também é simplismo culpar exclusivamente o governo
pelos problemas. A presidente Dilma já está sofrendo o efeito invertido da
mania de seu partido em atribuir à suposta genialidade de Lula o bom desempenho
do Brasil nas contas externas até 2008. Os adversários de Dilma dirão que se o
governo do PT foi o arauto do êxito, esse mesmo governo é também culpado pelos
graves problemas que estão afetando o balanço de pagamentos. Nem uma coisa nem
outra. Nem Lula foi o gênio responsável pelos bons ventos das contas externas
nem Dilma é culpada sozinha pelos problemas atuais, ainda que erros venham ocorrendo.
Ao acumular reservas cambiais em total superior à dívida externa brasileira,
Lula tratou de espalhar aos quatro ventos que seu governo salvou o Brasil da
falência. Isto é o que diz fundamentalistas do lulopetismo que moram por aqui
na região na tentativa de sempre levar o povo na enganação; alías, este povo
mesmo é, gostar de se enganar! “Pois bem” apreciamos isentos de parcialidade ao
estimar essa conquista, somente foi possível porque Lula se beneficiou de
quatro eventos positivos, dois deles herdados de FHC (o controle da inflação e
a desvalorização cambial), um deles vindo do mercado internacional, a elevação
surpreendente dos preços das exportações brasileiras, sobretudo em função do
aumento do consumo na China e o quarto resultante do mérito do Banco Central em
seu governo o respeito às regras cambiais e à política de abertura ao exterior.
A presidente Dilma não teve a mesma
sorte. O quadro internacional mudou, a crise financeira dos Estados Unidos em
2007/2008 travou o fluxo de capitais, a crise europeia disseminou pânico nos
mercados e a China reduziu seu crescimento e as importações. Quando um país apresenta déficits em suas
relações com o exterior, há somente duas formas de pagar a conta: tomar
empréstimos em dólar no mercado internacional o que eleva a dívida externa ou
receber dólares do resto mundo para investimentos diretos construção de
empresas ou para aplicações em ativos financeiros nacionais. Mas o mundo não se
dispõe a financiar eternamente um país com déficit em suas relações com outros
países, sobretudo quando esse país, apesar de suas vantagens, apresenta
problemas internos de toda espécie entre outras manifestações em que o governo
teima e tenta repassar para o povo que as mobilizações são circunstanciais e
estão sendo promovidas pelos grupos de agitadores. Essas ações são bem
capitalizadas por especialistas internacionais ligados a realidade premente em
vista disso são capazes de desestimular os investidores
estrangeiros, como é o caso do Brasil. É assustador o silêncio dos políticos, especialmente
dos parlamentares aportados no Congresso Nacional, a respeito do balanço de pagamentos,
quando os problemas nessa área podem ser o divisor de águas entre o sucesso e o
fracasso. Infelizmente é o que temos a esperar.
Antônio Scarcela Jorge.
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