Presidente do Supremo comunica aposentadoria em
visita ao Congresso e diz que vai explicar razões 'no momento oportuno'.
BRASÍLIA - O presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), informou nesta quinta-feira, 29, que o
presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, lhe comunicou que vai
deixar o cargo e se aposentar. "Ele disse que vai deixar o Supremo.
Comunicou que a visita era uma oportunidade para se despedir", contou
Renan, após receber Barbosa em seu gabinete no Congresso.
Segundo o presidente do Senado, a
princípio, o encontro desta quinta era uma reunião de rotina, aparentemente
para tratar de temas relacionados ao STF, como o Código do Processo Civil, que
Renan se comprometeu em acelerar a tramitação. No entanto, em meio às
conversas, Barbosa comunicou que a visita desta era uma despedida porque ele
deixará o STF em junho.
Segundo Renan, o presidente do
Supremo não justificou a saída. Ele disse lamentar a notícia e que a informação
era "surpreendente", pois via no "presidente do Supremo uma
pessoa importante para o País". "Ele vai se aposentar. Sentimos
muito, porque ele é uma das melhores personalidades do Brasil. Isso é muito
triste", avaliou Renan.
Ao deixar o Senado em direção à
Câmara, onde encontraria o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), Barbosa disse rapidamente que "no momento oportuno"
explicaria os motivos de sua aposentadoria. A Renan e aos senadores Eunício
Oliveira (CE), líder do PMDB, e Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo, o
presidente do Supremo disse que vai alugar um apartamento em Brasília e dividir
residência entre o Rio, onde tem residência, e o Distrito Federal.
"Ficamos surpresos. A gente
estava tomando café da manhã na casa do Renan e viemos encontrar com o Joaquim
Barbosa, que pediu audiência. Ninguém sabia a pauta", comentou Eunício.
Segundo ele, o ministro do STF iniciou a conversa dizendo: "Vim aqui pra
dizer que vou me aposentar".
Calendário. Desde o fim do
julgamento do mensalão, do qual foi relator do processo, Barbosa passou a ser
considerado por partidos políticos como um nome forte para as eleições de 2014.
Como magistrado, o presidente do Supremo poderia esperar até seis meses antes
da votação de 5 de outubro para deixar a Corte e se filiar a uma legenda. Esse
prazo, no entanto, venceu em 5 de abril e, com isso, Barbosa não pode disputar
cargo eletivo neste ano.
Isso, no entanto, não o impede de
futuramente entrar na carreira política. O próprio Barbosa, em entrevistas à
imprensa, não descartou essa hipótese para os próximos anos. O presidente do
Supremo chegou a pontuar em pesquisas de intenção de voto para a Presidência da
República, mas também foi sondado para disputar os governos do Rio de Janeiro
ou do Distrito Federal.
Fonte: Agência Brasil.
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