POLÍTICA DO CEARÁ.
ELEIÇÃO ESTADUAL
‘Sucessão sem fato novo
Facilidade para se gastar os recursos da
sociedade’.
O deputado Neto Nunes (PMDB), a
propósito de defender os pequenos agricultores cearenses, devedores dos bancos
oficiais e ameaçados de execução, incitou os seus colegas de Assembleia
Legislativa, na última quinta-feira, a irem a Brasília, no próximo dia 4 de
junho, para ter uma audiência com o deputado federal Antônio Balhmann, enquanto
coordenador da bancada federal do nosso Estado, para reclamarem do Governo
Federal uma providência capaz de minorar o sofrimento dos devedores, inclusive
com a ideia de defenderem o perdão dos débitos.
O gosto por uma viagem ao
Distrito Federal, com tudo pago pelos cofres públicos, tem motivado a formação
de constantes grupos. Os resultados das viagens são quase sempre infrutíferos,
reforçando o sentimento de que viajam a Brasília para comemorações ou, o trato
de assuntos de interesse político dos viajantes. As viagens para a defesa da
aprovação da Lei Complementar que garantiria aos estados criar novos
municípios, e outros, são bem um testemunho da facilidade de se gastar mal o
dinheiro da sociedade.
Ora, como se formar uma comissão
para ir falar com o deputado Balhmann, em Brasília, quando o deputado,
integrante da bancada cearense, toda semana, passa no mínimo três dias por
aqui. Qual a diferença de ele ser abordado aqui? Por certo, nenhuma, a não ser
a de economia das finanças estaduais, e menos caravanas à Capital da República,
cidade festeira por excelência e de custo bastante elevado para quem paga suas
próprias contas.
Emendas
Indiscutivelmente, os pequenos
agricultores cearenses precisam de ajuda. No ano passado, quando nos deparamos
com uma relação de devedores publicada pelo Banco do Nordeste, com ameaça de
execução, cobramos uma ação efetiva da nossa representação política. Foram
feitos alguns demagógicos discursos, mas não passou disso. Em nenhum momento os
deputados estaduais chamaram os deputados federais, para no fórum natural, à
Assembleia, prestarem contas de suas ações em busca da solução do problema.
A propósito, o que deveria ser
natural, era os deputados federais e senadores dizerem, em audiência pública,
trimestral ou a cada seis meses, no plenário da Assembleia, como agem em defesa
do interesse coletivo da nossa sociedade. Sem cobranças e sem prestações de
contas, os parlamentares federais, pelas tantas idas e vindas dos estaduais a
Brasília, parecem ser mais interessados nas emendas, para atender a esse ou
aquele prefeito em troca de votos para reelegerem-se, do que propriamente as
questões macro de interesse do Estado.
Sucessão
O Governo do Estado reagiu, na
última semana, ao convocar um encontro de dirigentes dos 22 partidos que lhe
emprestam apoio, só e tão somente, entende-se, para mostrar força, visto não
ter apresentado qualquer avanço no relacionado à escolha dos nomes que
integrarão a sua chapa majoritária: governador, vice e senador, decisão para a
antevéspera da convenção anunciada para o penúltimo dia do Calendário Eleitoral
reservado às convenções partidárias.
Não há outra razão para o evento
governista da última sexta-feira, senão mostrar força. Duas dezenas de pessoas
reunidas, no mesmo espaço, antes de servir para a discussão de um projeto a ser
discutido na campanha eleitoral com a sociedade, é, realmente, um comício a
portas fechadas, sem condições, porém, de elaborar qualquer trabalho de envergadura
para ser considerado base de um projeto governamental.
As oposições também estão na
mesma. Só os partidos mais à esquerda têm definições, no caso PSOL e PSTU,
isoladamente. Eles limitam as suas próprias alianças, permanecendo coerentes
aos princípios ideológicos norteadores das suas ações.
As demais agremiações, cinco ou
seis restantes do rol de partidos com atuação no Estado, capitaneadas pelo
PMDB, PSB e o PR, continuam sem avançar, tanto em relação à consolidação de
alianças quanto na formação da chapa. O PMDB tem Eunício Oliveira, o PSB
defende o nome de Nicole Barbosa, e o PR Roberto Pessoa, como candidatos ao
Governo do Estado.
Os três, porém, ainda não têm
definição de alianças, embora o PRB esteja mais próximo do PMDB e o PR
conversando mais amiúde com o PSDB, passando a ideia, como já deixou definido a
situação, só concluírem os entendimentos de alianças e dos demais nomes da
chapa, mais próximo do fim do prazo das convenções, dia 30 de junho.
*Edison
Silva.
Editor de Política. DN.
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