sexta-feira, 23 de maio de 2014

O IMPERIALISMO INTRÍNSECO DA CORRUPÇÃO

 PF ENCONTRA COMPROVANTE DE PAGAMENTO DE YOUSSEF A COLLOR.

A descoberta é citada em ofício enviado ao STF sobre o processo decorrente da Operação Lava-Jato.

Rio de Janeiro. A Polícia Federal encontrou durante as operações de busca e apreensão no escritório do doleiro Alberto Youssef, oito comprovantes de depósitos bancários em nome do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Os depósitos teriam sido feitos no intervalo de três dias, em maio de 2013, e somam R$ 50 mil.

A descoberta da PF é citada em ofício do juiz federal Sergio Moro, do Paraná, remetido ao Supremo Tribunal Federal para explicar a sua atuação no processo decorrente da Operação Lava- Jato. Procurado, o senador Fernando Collor de Melo não quis comentar o teor do ofício.

O juiz cita que os agentes da PF teriam localizado oito diferentes comprovantes bancários em valores de R$ 1.500, R$ 4.000, R$ 8.000 e R$ 9.000, realizados entre os dias 2 e 5 de maio de 2013. De acordo com o documento, publicado na tarde de ontem, o material apreendido pela Polícia Federal foi encontrado fortuitamente durante a busca e apreensão no escritório do doleiro Alberto Youssef, acusado de comandar uma organização criminosa que movimentou mais de R$ 10 bilhões em recursos públicos.

"Tal prova e eventual relação entre o suposto doleiro e o referido Senador era absolutamente desconhecida deste Juízo, tendo sido encontrada fortuitamente durante a busca e apreensão", avalia o juiz Sergio Moro no ofício. Segundo o magistrado, a citação aos comprovantes bancários em benefício do senador Fernando Collor de Melo é "ilustrativa" para explicar as razões em que se baseou para não dividir os processos relativos à operação. "Observo que não há qualquer indício do envolvimento do referido parlamentar nos crimes que já foram objeto das aludidas oito ações penais propostas", disse.

Moro também cita as jurisprudências do STF em casos de provas de delitos encontradas em investigações de outros crimes "não sujeitos a sua competência". Para o juiz, eventuais crimes cometidos por autoridades podem ser alvos de outras ações.

Youssef está preso desde março no Paraná, e é investigado por lavagem de dinheiro, corrupção, evasão de divisas e outros crimes. Ele teria articulado com o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, esquema para desvio de verbas em contratos fraudulentos da estatal na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O doleiro é réu em três das oito ações penais abertas pela justiça federal do Paraná em decorrência da operação Lava-Jato, deflagrada em março.

Na segunda-feira, o ministro Teori Zavascki determinou a suspensão das investigações decorrentes da operação após reclamação da defesa de Paulo Roberto. Zavascki afirmou ontem que houve "um grande mal entendido" em relação a sua decisão que resultou na libertação de Paulo Roberto Costa.
Fonte: Web.

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