JOÃO PESSOA - A presidente Dilma
Rousseff foi recebida com vaias na entrada da casa de shows Forrock, onde
esteve hoje para participar da formatura de 1400 alunos do Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego, Pronatec. Ele chegou de carro com sua
comitiva, e enfrentou palavras de ordem como "Da Copa eu abro mão,
queremos mais saúde, mais emprego e educação". Os manifestantes chegaram a
fechar a avenida Tancredo Neves, que dá acesso à casa onde ocorreu a
solenidade, mas foram obrigados a abrir caminho pela Polícia Militar, o que
ocorreu pacificamente.
Mesmo com as vaias do lado de
fora, o clima era de festa no local da cerimônia, onde a Presidente foi
recebida em tom de campanha, com mais de mil pessoas cantando slogans do
período eleitoral. Ela passou quase seis minutos saudando cada autoridade local
presente, e depois de enaltecer o Pronatec e anunciar novas turmas, fez um
balanço das principais iniciativas do seu governo, inclusive a transposição do
rio São Francisco, que beneficiará a Paraíba. Durante o discurso, no entanto,
não conseguiu arrancar empolgação do público e só foi aplaudida três vezes.
Dilma falou das creches que vem construindo, da democratização do ensino e da
redução da desigualdade:
- Quero dizer acima de tudo que o
país melhorou a renda das pessoas, diminuiu as desigualdades entre as pessoas -
afirmou a presidente.
Dilma não falou com a imprensa, e
viajou logo em seguida para o Piauí. Em João Pessoa, cancelou entrevista que
daria a uma emissora local de rádio.
Na chegada ao evento, a
presidente também alvo de manifestações. Cerca de 70 fecharam a Avenida
Tancredo Neves, via de acesso da comitiva presidencial à casa de shows Forrock,
local da cerimônia. Com faixas e apitos, os manifestantes protestavam contra a
Medida Provisória 633, que eles consideram prejudiciais aos mutuários do Sistema
de Habitação. “A eleição chegando, você nos enganando. Não à MP 633”, dizia uma
das faixas. A via começou a ser desocupada pela Polícia Militar, para dar
passagem á Presidente. Logo cedo, centenas de pessoas, provenientes de vários
estados distribuíam panfletos contra a medida provisória, que segundo elas vai
trazer prejuízos para todos os brasileiros que compraram casas financiadas pelo
governo.
“Na Paraíba e em todos os
estados, os mutuários sofrem com casas e apartamentos, que estão ameaçando desabar,
porque foram construídos com muitos defeitos. O único recurso, que o povo tem é
cobrar das seguradoras, que recebem as prestações, que consertem as suas
casas”, dizia o texto dos panfletos.
O material dizia ainda que o
governo Dilma “ficou do lado das seguradoras e contra o povo, ao fazer a MP
633”. O grupo reclama da MP porque “o governo Dilma e as seguradoras querem
forçar os mutuários a fazer acordos que vão reduzir o dinheiro do conserto em
mais de 70%”.
De acordo com o mutuário José
Lima Freire, as casas financiadas pelo governo sofrem problemas que vão do
material de má qualidade empregado na construção a falhas estruturais. Todos os
mutuários entrevistados pelo GLOBO, no entanto, moram em conjuntos anteriores
ao programa Minha Casa Minha Vida.
A MP 633 surgiu devido à
avalanche de ações de mutuários contra o Sistema Financeiro de Habitação,
calculada em 350 mil e procedentes de todos os estados, que podem render
prejuízo de R$18 milhões ao governo, conforme cálculos de especialistas. A
aprovação da lei pode render uma grande economia para o governo. Mas segundo os
mutuários, um grande prejuízo para eles.
Fonte: Agência O Globo.
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